A prova tão sonhada está quase chegando, a ansiedade batendo forte e sempre surgem as dúvidas: qual a melhor estratégia de prova para atingir a meta esperada? Será que começo forte e seguro até o final? Devo começar mais lento e apertar no final? E se o GPS não funcionar? Por que eu sempre quebro no final? Por que desta vez meu plano não deu certo?
É, praticamente, impossível resolver estas equações com precisão devido às inúmeras variáveis envolvidas nestas operações, como nível de treinamento, experiência prévia, estado atual do atleta, condições climáticas, resposta do nosso organismo no dia da prova, entre outros que nem conhecemos ainda ou não estão em nosso controle.
Então, como tentar chegar próximo ao nosso plano e expectativas? O que devemos levar em consideração para construir este mapa a ser seguido e não andar completamente às cegas?
Não tem nem como prever algo se o atleta não segue um plano coerente e treina com regularidade. Semanas, meses e anos de preparação são condições básicas para uma excelente prova.
Como as zonas de treinamento estão intimamente ligadas ao tempo que nosso corpo tolera uma intensidade, conseguimos ter um ponto de partida. Exemplo: um atleta experiente consegue tolerar uma maratona nas zona 2 e 3 (entre o primeiro e segundo limiar ventilatório), enquanto este mesmo atleta consegue correr uma prova de 10 km nas zona 4 e 5 (dentro e um pouco acima do segundo limiar ventilatório).
A experiência em provas de distâncias menores e da mesma distância é uma das ferramentas mais importantes para a definição da estratégia a ser adotada na próxima prova.
Nem todas as provas são principais (alvo). Algumas podem servir de treinamento e aquisição de experiência para o sucesso naquela prova tão desejada. Portanto, nem sempre o atleta precisará dar o melhor para cruzar a linha de chegada.
É fundamental estudar a altimetria, o percurso, as condições climáticas, os tipos e horários de largada e a estrutura fornecida, como a de hidratação.
Estes treinos que simulam o ritmo de prova e como o corpo se comporta neles são empurrõezinhos extras para a preparação física e psicológica. Lembrando que na prova o organismo chegará mais descansado por conta das semanas de polimento para ela.
As provas mais longas merecem atenção especial, pois um erro no ritmo planejado pode custar bem caro lá no final. Nas mais curtas, como 5 km, o atleta pode ousar um pouco mais. No triathlon, é um pouco mais complicado, pois uma modalidade tem interferência direta na outra.
Atletas com pouca experiência na distância e em provas geralmente utilizam uma estratégia mais conservadora, com progressão segura de intensidade. Já atletas mais experientes podem abusar de uma estratégia mais constante ou agressiva, iniciando um pouco mais forte e segurando até o final, ou com uma mínima queda de rendimento.
Caso sua estratégia principal seja prejudicada por qualquer fator, é importante manter a calma e ter algumas cartas na manga para driblar as adversidades encontradas no caminho.
Além do controle de variáveis como frequência cardíaca e ritmo, a percepção de esforço precisa ser levada em consideração para ajudar o atleta a enfrentar uma situação específica, como vento contra, variação de altimetria e desidratação, entre inúmeras outras.
Uma leitura fina momentos antes da largada e ao longo do percurso é fundamental para validar a estratégia escolhida, ou adotar o plano B, ou C. O atleta pode não acordar 100% descansado, pode ter tido dias difíceis antes da prova, ou pode ter acordado preparado para surpreender positivamente.
Bons treinos, boa prova e bora pra cima, galera!
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