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Faltando um mês para o Ironman do Havaí, vamos mudar o foco para falarmos um pouco de triathlon. Não se espantem ao pensar que Ironman é triathlon e que triathlon também é triathlon. Coisas parecidas, porém distintas. Mesmo a hashtag #nadapedalacorre valendo para ambos, vamos nos posicionar melhor.
Salvo para os atletas profissionais ou para a minoria de atletas amadores que encabeçam as categorias, Ironman tem mais haver com superação, desafio pessoal e competição contra si próprio.
Já o triathlon olímpico, além de todo esse tempero motivacional e beleza plástica do Ironman, está mais relacionado à competição pessoa contra pessoa, de quem é o mais veloz, quem consegue nadar 1,5km, pedalar 40km e correr 10km no menor tempo possível e cruzar a linha de chegada primeiro. E é nesse mundo, em que os atletas podem ser chamados de “Velozes e Furiosos”, é que vamos transitar ao longo dessa reflexão.
Pensando em competição, e tendo como ponto de partida as Olímpiadas de Sydney (AUS) em 2000, quando o triathlon passou a integrar o quadro de esportes olímpicos, vocês já perceberam que a representação brasileira está cada vez menor?
A cada olimpíada que passa classificamos menos atletas. Se não fossem os nossos guerreiros tupiniquins, Diogo Sclebin e Pâmella Oliveira, a nos representarem no Rio2016, o Brasil não estaria entre os 50 homens e as 50 mulheres que largaram em busca de um lugar no pódio olímpico.
Deixando questões financeiras, incentivos ao esporte e patrocínio um pouco de lado, e pensando em detecção, seleção e promoção de talentos esportivos. Será que o nosso triathlon tem feito algo nesse sentido, bem estruturado e fundamentado, nos moldes que outros países já fazem?
Respirando e vivendo o esporte há mais de duas décadas (como atleta, pesquisador, e também como coach), percebo a atuação importante e significativa de alguns projetos e instituições no Brasil para selecionar e formar triatletas, preparando-os desde a base até a categoria adulta.
É o caso do SESI São Carlos, do E.C. Pinheiros e da Escolinha de Triathlon Formando Campeões, que tem à frente os ex-atletas olímpicos Leandro Macedo e Juraci Moreira. Contudo, a questão que venho discutir aqui é se nós – CBTri, federações locais, projetos e instituições citados – estamos trabalhando essa política de detecção, seleção e promoção de talentos corretamente.
Ao contrário do que muito se ouvia dizer que triatleta era aquele sujeito que não nadava bem como um nadador, não pedalava bem como um ciclista e não corria bem como um corredor, hoje já se sabe que triatletas olímpicos demonstram desempenho nas três modalidades, isoladamente, muito próximo àqueles vistos por atletas especialistas nessas mesmas modalidades.
O espanhol Javier Gomes, que hoje está migrando para as provas de Ironman 70.3 e Ironman após muitas conquistas no circuito mundial da ITU e em Olimpíadas, por diversas vezes competiu em provas regionais de natação (1500m livres em piscina) obtendo ótimos resultados.
O inglês Alistair Brownlee, bicampeão olímpico de triathlon, considerou tentar também uma vaga olímpica nos 10.000m de corrida em pista, uma vez que seu tempo para essa distância é 28min32s.
Além desses dois exemplos, existem outros triatletas olímpicos que são excelentes nadadores e corredores. Será que isso não nos dá uma pista de onde temos que procurar triatletas para formar nossas futuras seleções?
Deixando de lado que em muitos países o atleta de alto nível vem do esporte escolar e/ou universitário, vejamos como o Reino Unido, os Estados Unidos e a Austrália trabalham a detecção, seleção e promoção de talentos no triathlon.
Para participarem do projeto de formação de triatletas para a seleção nacional, os atletas devem:
Os futuros triatletas precisam:
Os atletas das categorias de base da seleção de triathlon, devem atender aos seguintes critérios:
Logo, nota-se claramente que quando um triatleta desses países chega às Olimpíadas, ele passou por um rigoroso processo de detecção, seleção e promoção de talentos, além de um trabalho de formação de médio e longo prazo.
Considerando que na corrida pelos pontos olímpicos somente os 50 melhores atletas ranqueados é que irão aos Jogos, que cada país pode ter no máximo três representantes homens e três mulheres, e vendo que a participação do Brasil está cada vez menor, será que estamos selecionando corretamente?
Será que estamos buscando material humano nos locais certos? Fica aí essa grande pergunta aos nossos projetos de talentos, nossas federações, nossa confederação e, por que não, às nossas inúmeras, crescentes e prósperas “assessorias esportivas”. Somente para ilustrar, vejamos a representação brasileira nas olimpíadas, desde Sydney 2000:
1 mulher e 3 homens
3 mulheres e 3 homens
1 mulher e 2 homens
1 mulher e 2 homens
1 mulher e 1 homem
Algo a se pensar…
Bons treinos e até a próxima!
#PAZ
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