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Do céu ao inferno: o equilíbrio entre dar e receber no esporte

Atualizado em 24 de setembro de 2018
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O esporte é sempre um grande divisor de águas na vida das pessoas. Pode te levar ao sucesso pessoal ou ao fracasso total, e tudo dependerá da forma como encarar este hábito em sua vida, do equilíbrio entre dar e receber.

Trabalhando como health coaching, posso trazer exemplos de como algumas pessoas encaram o esporte como a salvação de seus problemas, mas também como ele pode se tornar o pior dos pesadelos. Isso acontece quando não há equilíbrio entre dar e receber.

E que equilíbrio é esse?

Pois bem. O quanto você dá de si em um hábito esportivo? Se pegarmos a grande maioria, dá-se muito pouco, com exceção dos atletas profissionais e alguns amadores que buscam performance.

Geralmente, o indivíduo dá muito pouco de si quando pensa em praticar um esporte. O empenho não é alto. Para cada evento esportivo, há pelo menos três desculpas contrárias, desde um chope com os amigos até o vômito do gatinho em casa.

A grande maioria não foca no benefício de longo prazo quando busca uma prática esportiva. A demanda é alta e exige respostas, geralmente, imediatas. O que gera frustração na grande maioria dos pré-candidatos às práticas esportivas.

O retorno se dá de forma gradual e equilibrada, como define a lei do ritmo: “Tudo tem um fluxo e um refluxo, tudo que atinge um determinado ponto de energia, tende a diminuir quando chega em seu ápice”.

Se os batimentos cardíacos fossem acelerados a todo momento em nossas vidas, por exemplo, morreríamos enfartados aos 2 anos de idades. E esse fluxo e refluxo é o que muitas pessoas não conseguem assimilar e aceitar. Querem resultado imediatos, rápidos e duradouros.

Outro fator determinante para o equilíbrio do dar é a sua força de vontade. Você já parou para pensar sobre ela? Consegue trazer uma definição sua sobre esta expressão?

Força de vontade é um conjunto de conceitos internos que exige muito autoconhecimento e autocontrole. Vai da combinação de desejo, esforço pessoal, conquistas, inteligência emocional, tempo, pensamentos, tomada de decisão, ansiedade, autoestima, determinação, coragem e oportunidade.

Você consegue avaliar tudo isso hoje ao mesmo tempo e medir a sua própria força de vontade?

E o receber? Onde fica?

O equilíbrio do receber foca diretamente no conceito do respeito próprio, que nada mais é do que ter respeito a si próprio. E isso exige respeito à condição de como e onde você se encontra. Eu me respeito por estar nesta condição e por ter a capacidade de receber exatamente o retorno daquilo que pude oferecer.

É compreender o equilíbrio de que aquilo que ofereço será aquilo que receberei em troca.

Avaliando a maioria dos meus clientes e, de forma bem generalizada sem mencionar as estatísticas que distorcem a média para baixo ou para cima, o equilíbrio está sempre descompensado no receber. É um “eu ofereço pouco e quero receber muito”.

Não é o oferecer que está mal, pois a decisão e a quantidade do quanto se oferece é pessoal, intransferível e de único responsável. E é ela que faz a roda girar. Mas sim o receber que desequilibra a balança individual.

Já pensou na sua relação dar e receber? O quanto você exige de retorno à sua prática esportiva hoje é compatível àquilo que consegue oferecer?

Entende porque nestas horas um esporte pode te levar ao sucesso ou ao fracasso total de si?