Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
No último final de semana participei do primeiro Run Talk da Mizuno, um evento que tem como proposta difundir o mercado de triathlon e Ironman no Brasil. Houve uma mesa redonda com bate-papo entre profissionais renomados da área de educação física e atletas, durante o qual observei que muitos dos presentes compartilhavam das mesmas dúvidas na prática do triathlon em relação a treinamento, equipamento e provas. Assim, resolvi escrever sobre elas:
– Como e com quem treinar?
Bom, sozinho é que não – se você não for da área. Percebam o seguinte: o triathlon deve ser encarado como uma modalidade e não três. Você precisa fazer treinos que podem ser divididos em natação, ciclismo e corrida. Mas não podemos esquecer a necessidade de fazer fortalecimento muscular e cuidar do sono. Devemos confiar no treinador e interagir com ele. Dá trabalho pensar na distribuição de cargas, ajustes de planilha, divisão e distribuição dos treinos ao longo do ano, dos meses e da semana. E muitos, por não respeitarem isso, acabam se prejudicando. Treinar a mais, muitas vezes não significa melhorar. Mesmo porque cada técnico tem uma estratégia, tem uma bagagem de estudo e experiência. Confie e não compare o seu treino com o do seu colega. Não tente competir com seu amigo no treino. Ele tem uma individualidade fisiológica diferente da sua. E muito provavelmente vocês precisem de tempos e intensidades diferente.
– Posso começar pelo Ironman?
Nunca! O organismo demora tempo para se adaptar de verdade. É importante passar por provas mais curtas, adquirir experiência, dar feedback ao treinador, entender como funciona seu corpo. Se aprende muito com provas mais curtas. E tudo é triathlon, do short ao Ironman. Para fazer uma prova destas, requer tempo de treino e custo. Devemos fazer o planejamento incluindo outras provas, então ponha isso no seu budget.
– Qual a importância do sono para o atleta?
É o mais importante! O dia só tem 24 horas, e você precisa de 8h de sono, 8h de trabalho e 4h de treino. Sobram 4h para família, refeições, deslocamento, higiene pessoal… Não tem milagre. Faça a conta e veja o que cabe na sua vida.
– Qual a importância dos testes de limiar?
Na mesa redonda, a dra. Ana Rennó falou de testes cardiopulmonares. Isso é importante para o cálculo dos limiares. Ou seja, saber quando o seu organismo usa mais ou menos oxigênio e como o aproveita para a produção de energia. Ainda serve para saber o nível de esforço da célula no qual o uso das reservas intracelulares de glicogênio está produzindo lactato. Isto é particularmente importante, uma vez que o acúmulo do lactato pode gerar fadiga. Em resumo, saber a frequência cardíaca e suas condições fisiológicas nos limiares permite identificar qual a frequência de treino que você deve fazer para ter o objetivo esperado.
– Qual a importância de ter uma bike leve?
Outro assunto levantado foi o custo das bikes e todos foram unânimes em dizer que não adianta ter um modelo ultra mega leve e estar 6 kg acima do peso. Aí entramos na minha área de trabalho, e digo que isso é verdade. Carregar muito peso também não é inteligente. Numa prova de 1h, como um short, uma garrafa de isotônico e um gel são suficientes. Numa prova como um Ironman, no outro extremo, com até 13 horas de duração, temos que aproveitar a estrutura do evento. Trabalhar as metas, o controle de peso, a nutrição celular, o desempenho, fazer a reposição adequada de minerais e vitaminas, trabalhar a nutrição para a síntese correta de hormônios é fundamental! E isso não tem segredo. Basicamente dedicação, evitar açúcar e álcool. As demais recomendações ficam a cargo da individualidade e genética de cada organismo.
Para quem vai fazer o Ironman Brasil 2017 em Floripa, os treinos já começam a aumentar. Não deixe para depois seu planejamento nutricional. Numa prova, não devemos fazer nada novo. É preciso nutrir-se bem no dia-a-dia para treinar bem e fazer uma boa prova.
Bons treinos!
Compartilhar link