Muitas pessoas me questionam sobre o melhor momento de avaliar o desempenho ou  performance  na corrida. Muitas vezes, indiretamente, com aquela conversa do tipo: “Mas como você sabe se estou melhorando?”. Oras bolas, quem tem que sentir se está melhorando é você, respondo já partindo para o contra-ataque!

Na realidade, o processo pedagógico da corrida, como em vários outros esportes, utiliza as avaliações de performance em um “passo” mais avançado do aprendizado. Existem várias adaptações que o organismo precisa realizar antes de colocá-lo à prova.

Em um primeiro momento, a prioridade é a atenção aos detalhes e o foco na melhor forma de execução dos movimentos. O fortalecimento e a adaptação física aos gestos esportivos também são trabalhados. Depois de tudo isso bem assimilado vem o aumento do volume e da repetição, a velocidade, para somente depois, vir a avaliação de performance na corrida.

Imagine que você está construindo um castelo de areia, curtindo o seu feriado na praia. Se você não recrutar bastante areia e montar uma boa base para seu castelo verá que na primeira batida de água seus “sonhos” serão “pulverizados”. Uma boa ideia é fugir da arrebentação e, só depois de montado com base bastante sólida é que você poderá colocá-lo à prova contra as turbulências da água.

No processo de treinamento acontece a mesma coisa, se você inicia a aplicação de avaliações de performance na corrida antes de o processo de estruturação estar completo seu “castelo” pode ruir e as chances de lesão serão muito grandes.

Por isso, antes de pensar em avaliação de tempo, ou qualquer outro índice que exija mais do seu organismo, chame um amigo para filmar sua corrida e analise o tamanho de sua passada, se o seu tronco está ereto, se os seus braços estão alinhados ao corpo e se a angulação é de aproximadamente 90°. Pense diferente, pense na beleza de sua corrida antes de exigir que seu corpo execute o que você ainda não é capaz de apreciar.

Bons Treinos e até a próxima!!!