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Empoderamento: premiação de homens x mulheres

Em tempos de empoderamento feminino, acredito que levantar a discussão sobre o tema igualdade de gênero seja relevante. Vocês sabiam que em muitos esportes homens ganham premiação maior que as mulheres? 

O álibi que muitos organizadores de diversas modalidades argumentam é o de que os homens geram mais retorno financeiro por serem número maior de praticantes. Mesmo que no fundo há uma certa coerência na argumentação, devido ao maior número de praticantes e seu suposto maior retorno financeiro, o mundo contemporâneo exige mudanças.

Essa realidade, porém, não se aplica ao surfe, que foi a primeira modalidade a impor que em todas as suas competições ao redor do mundo os prêmios sejam equivalentes entre os gêneros.

Pois a igualdade quando o assunto é premiação em corridas de rua ou trail run nem sempre é uma verdade no Brasil e em alguns lugares do mundo. Apesar de em grandes provas como a Corrida de Internacional de São Silvestre e a Maratona de Nova York – e outras de porte equivalentes-, a igualdade de premiação já é uma realidade. E existem outras que estão na frente do seu tempo como a Tribuna FM de Santos que há mais de 30 anos premia de forma equivalente. 


“Sobre as provas organizadas na Europa, onde compito profissionalmente todos os anos, nem todas têm premiação em dinheiro. Quando há, há igualdade. Mas o que mais há é respeito pelo corredor, seja homem ou mulher”, conta Mirlene Piccin, a Mika, que já venceu uma Mizuno Uphill Marathon.

Infelizmente, a falta de conscientização sobre o problema muitas vezes obriga a atitudes mais extremas. Foi isso que fez o ex-governador Paulo Hartung, do Espírito Santo, que sancionou a Lei Estadual 10.916/18, que determina a igualdade no pagamento de premiações para homens e mulheres em eventos esportivos no Estado.

A conscientização do tema deve partir dos próprios corredores, seja homem ou mulher, e uma ferramenta poderosíssima para alcançar este objetivo é o boicote puro e simples da eventual competição. Como o dito popular: ‘A hora que se mexe no bolso as coisas mudam’. 

Harry Thomas Jr

Jornalista especializado em corridas de rua desde 1999, Harry competiu pela primeira vez em 1994 e desde então já completou 31 maratonas – sendo três sub 3 horas: São Paulo (2h59min30), Nova York (2h58min20) e Blumenau (2h58min10). Também concluiu seis Ultratrails: 60K Ultratrail Putaendo, 67K Ultratrail Torres del Paine, 50K Indomit Costa Esmeralda e os 50K Ultra Fiord por três vezes. Já correu em países como Argentina, Chile, Estados Unidos, Grécia e Japão.

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Harry Thomas Jr
Tags: polêmica

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