Entenda o movimento dos seus membros na corrida

Atualizado em 28 de julho de 2017
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Já faz um bom tempo que treinadores e corredores experientes prestam atenção nos seus movimentos de tronco, membros superiores e inferiores e fazem ou orientam exercícios para melhorá-los, buscando uma melhor performance na corrida. Mas ao conversar com muitas pessoas percebi que a maioria apenas imita os gestos e os reproduz sem tentar entender a importância disso.

Não é uma regra, mas na maioria dos casos o movimento dos braços é uma consequência do movimento das pernas e vice-versa. Isso mesmo, os membros superiores afetam diretamente os movimentos dos membros inferiores, da mesma forma que o contrário também ocorre.

Quer testar?

Corra fazendo mais força com uma perna em relação a outra e vai sentir que o movimento dos braços será assimétrico. Agora faça o inverso, realizando movimentos mais amplos em apenas um dos braços e sentirá que a impulsão de um membro inferior ficará diferente do outro.

Indo mais além na discussão, se você não possui uma força ou controle adequado de um determinado músculo dos membros inferiores, provavelmente vai sobrecarregar outros, além de aumentar os movimentos do tronco e dos membros superiores.

Um exemplo típico é um corredor que não utiliza os glúteos e realiza mais rotações de tronco e de ombros, jogando os braços mais para frente e para os lados, na tentativa de compensar a falta desses músculos extremamente importantes na propulsão, podendo sobrecarregar panturrilhas, posteriores da coxa e coluna lombar.

 

 

Agora você deve entender por que na hora de correr na subida fica mais fácil quando aumentamos os movimentos dos braços. Da mesma forma, quando precisamos correr mais rápido, saltar mais alto, etc. Se quiser fazer outra prática, tente correr com as mãos juntas, ou então com as mãos em cima da cabeça. Sentirá mais dificuldades, pois os membros superiores auxiliam também no nosso equilíbrio durante os exercícios.

Se você participa de provas e gosta de ver suas fotos correndo, repare no alinhamento dos seus membros, veja se eles estão “apontando” para os lugares corretos (para frente e para trás e não para os lados) e se estão sincronizados. Para corrigir isso é que servem os exercícios educativos, frequentemente orientados pelos treinadores e considerados chatos pelos alunos porque não têm ideia da importância deles.

Um exemplo prático aconteceu comigo. Após uma prova que fiz em abril (minha primeira maratona!), reparei nas fotos que eu estava todo torto, com cotovelos abertos, pernas se cruzando, ombros rodados, enfim, desastre postural.

Foi então que conversei com um colega, que me orientou a prestar atenção apenas nos movimentos dos braços. E desde então, minhas pernas nunca mais se cruzaram. E digo mais, minha corrida está mais eficiente e menos cansativa.

O que ocorreu foi o seguinte: corrigindo o movimento dos membros superiores, diminuiu-se uma rotação de tronco que eu realizava, reduzindo também a rotação da minha bacia, que reduziu as rotações dos meus quadris, reduzindo, finalmente, as oscilações laterais dos meus membros inferiores. Mágico, não?

Portanto, quando existir um membro fazendo algo de errado, a chance de ter um outro membro fazendo outro algo errado é bem grande. Também não quer dizer que precisemos correr como robozinhos, todos retos, alinhados e perfeitos. Não! Apenas observe o que pode ser corrigido (de preferência junto a um profissional!) para melhorar o seu desempenho de forma confortável. Sem neuras, ok?!

Bora chacoalhar os membros!