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Não importa o material, a altura, a tecnologia, o jeito de pisar, o peso do corpo ou o clima. Seu tênis envelhece e uma hora começa a sofrer alterações que podem mudar o jeito como o seu pé se comporta dentro dele, gerando inclusive repercussões no corpo todo.
Se observar qualquer um desses sinais no seu inestimável companheiro de treino, pode ser que seja a hora de aposentá-lo para evitar desconfortos e, em casos mais graves, lesões e problemas mais sérios. Mas é importante perceber que nem todas as mudanças são, necessariamente, negativas.
Quando sua pisada gasta mais a sola de um lado do que o outro, mais na frente ou mais atrás, o desgaste assimétrico começa a acentuar o seu padrão de pressão. Ou seja, se pessoa tem a pisada pronada, a sola costuma gastar mais na parte interna e uma sola bem gasta nessa região pode acentuar ainda mais esta pronação.
Com o tempo, o desgaste do material faz com que ele perca algumas propriedades, como a aderência. Os sulcos ficam mais rasos (ou até somem), o material fica mais fino e a corrida muda, pois onde existe menor atrito, existe maior demanda muscular para gerar a mesma resposta.
Em casos extremos a sola pode ficar tão gasta e tão fina que o tênis fica mais leve. Sim, isso é possível, visto que o material da sola costuma ser proporcionalmente um dos componentes mais pesados em alguns calçados.
O uso prolongado da entressola, região onde geralmente estão os materiais que amortecem e reduzem o impacto das pisadas, pode acabar reduzindo suas capacidades, obrigando a pessoa a desenvolver mecanismos diversos para reduzir os trancos no corpo, conforme esse desgaste aumenta.
Quase todos os tênis de corrida possuem uma diferença entre a altura da parte de trás em relação à da frente, o que chamamos de “drop”. Conforme gastamos muito um calçado, esse drop pode ser reduzido e o tempo para isso ocorrer depende muito do material. Uma redução no drop pode gerar alterações na biomecânica da corrida positivas ou negativas, dependendo da maneira como o corpo se adapta.
O cabedal é a região que pode ser resumida como a que cobre, envolve, nossos pés, e costuma ser feita de tecido maleável, flexível. Com o passar do tempo, ele pode perder gradativamente esta capacidade. Pode se tornar um pouco mais rígido, ou mais frouxo e, mesmo que não rasgue, geralmente perde aquela capacidade de estabilizar o entorno do pé, nos obrigando a apertar mais o cadarço. Isso certamente afeta a estabilidade do pé, exigindo mais músculos para mantê-lo equilibrado durante cada pisada.
Repare que para todas as alterações no pisante, existem compensações no corpo. Mas isso não significa que serão lesivas. Pelo contrário, podem trazer alguns benefícios interessantes, como mudanças positivas na biomecânica.
Quanto mais componentes o calçado vai perdendo, mais componentes o corpo vai precisando ganhar.
E isso é possível pois os desgastes para que isso aconteça são bem lentos e progressivos. Ou seja, dá tempo de o corpo ir se adaptando.
Porém, é importante lembrar que nem todo mundo possui essa capacidade natural. Algumas pessoas podem compensar estas alterações de formas menos eficiente, sobrecarregando estruturas do corpo e aumentando muito as chances de lesões.
Também é válido dizer que adaptações positivas deste caso são melhores quando o tênis envelhece com o mesmo pé. Isto é, usar calçados velhos de outras pessoas pode não ser o melhor caminho.
Para concluir: o mais importante é ter bom senso e saber escutar o seu corpo. A hora de trocar seu tênis não tem nada a ver com a distância que ele já rodou. Tem a ver com sua validade, com a capacidade que ele tem de te fazer correr de maneira confortável. Pode durar 200, 500, 1200, 3500 quilômetros, ou meses, anos, décadas. Só depende do seu corpo.
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