Em posse de um levantamento que realizei das 10 maratonas mais rápidas do mundo, fiz algumas divagações. Uma delas é que o corredor deve tomar cuidado com esse tipo de informação, ter cuidado com o “resultado”. Na verdade, a leitura deve ser feita em cima de dados, e não da informação. No rol das 10 mais, a maioria das corridas são provas rápidas, concordo.
Mas o erro é justamente ler o dado “a maratona é rápida”, e não que “o atleta teve uma ótima performance em determinado percurso”. Independe de o trajeto ser ou não “efetivamente mais rápido”, o atleta foi lá e fez.
Na hora de escolher qual prova quer disputar para ter boa performance de tempo, há uma cartilha que indica: devem ser escolhidas provas disputadas em cidades frias, onde a temperatura ambiente ideal, fisiologicamente falando, para se ter ótima performance, seria de até 10ºC, situada ao nível do mar, altimetria baixa ou quase nula, baixa pressão atmosférica, percursos com longas retas e poucos cotovelos, ótima hidratação, pouco vento e apoio popular. Seriam as premissas básicas. E claro, o atleta amador se empenhar nos treinos.
Essa coluna sabe que há dois tipos distintos de corredores. Aqueles competitivos (público target deste artigo) que aspiram vencer a distância de forma rápida, e aqueles que querem somente vencer a distância dentro do tempo-limite de prova.
Entre as 10 mais rápidas, a campeã foi a Maratona de Berlim, palco do recorde mundial com 2:02:57. A competição é daquelas que apresentam todos os quesitos para ser “rápida” aliada a um startlist de corredores de classe mundial.
A segunda maratona mais rápida do mundo é Boston, ops, temos aqui o primeiro desvio da curva detectado nestes 2:03:02. Antes é necessária uma explicação: o percurso da Maratona de Boston não é homologado pela Federação Internacional de Atletismo para efeito de recorde mundial. Isto se deve porque existe uma diferença negativa de mais de 1 metro por quilometro percorrido entre a largada e a chegada. E aí entra o perfil altimétrico da prova que é muito desgastante para o atleta, seja ele amador ou profissional, onde deve-se estar bem preparado para um exaustivo sobe e desce. Essa performance, quando comparada a segunda mais rápida performance da competição nos últimos dez anos que foi 2:05:52, não colocaria a mais antiga corrida do mundo nem entre as 10 primeiras do ranking. Em suma, um percurso técnico e difícil.
A “nossa” Maratona de Buenos Aires possui grandes vantagens frente a Boston, por exemplo. Mas na Argentina, assim como o Brasil, a elite supra-sumo infelizmente não comparece para competir maratonas.
Londres, Frankfurt, Chicago, ops, a Cidade do Vento… Relevando o vento que, quando é contra não se brinca, e quando é a favor um eventual recorde não pode ser homologado. Fora o fator vento, é uma senhora maratona. Assim completamos as cinco mais rápidas. Tóquio (2:03:58), Dubai (2:04:00) e Rotterdam (2:04:27) com suas longas retas-flats e com estrutura de alto nível são excepcionais para quebra de recordes pessoais.
A Maratona de Paris (2:05:04) com seus mais de 40 mil participantes não é a ideal para uma corrida sem muito zigue-zague, assim como Nova York (2:05:06), que figuram na nona e décima colocação do ranking das 10 mais rápidas maratonas da atualidade. No caso, tudo depende da largada. Em Nova York, por exemplo, quando se sai do Harlem para começar o trecho do Central Park, o corredor vai encontrar neste miolo que vai dos 35 aos 41km um trecho exigente em um trajeto truncado com sobe mais que desce. Isso depois de pegar a Primeira Avenida entre os quilômetros 28 e 30 com aquela subidinha engana que eu gosto.
As vantagens de Paris e Nova York sobre a rápida Amsterdam, a 11ª colocada, são seus respectivos fields do startlist, prêmios e bônus, que nada ter a ver com a cartilha mencionada nos parágrafos anteriores.
Top-10
1 – Berlim 2:02:57
2 – Boston 2:03:02
3 – Londres 2:03:05
4 – Frankfurt 2:03:42
5 – Chicago 2:03:45
6 – Tóquio 2:03:58
7 – Dubai 2:04:00
8 – Rotterdam 2:04:27
9 – Paris 2:05:04
10 – Nova York 2:05:06
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