Eu comecei a correr agora. É possível completar uma maratona daqui a seis meses? Como faço para bater meu RP (recorde pessoal) na meia-maratona ano que vem? Será que eu consigo completar três meias-maratonas em um semestre? Eu nunca completei uma prova de 5 km e 10 km, será que eu consigo fazer bem uma meia-maratona?
Parece que estou brincando, mas estes questionamentos são frequentes em nosso universo da corrida. E isto é assustador!
Com o boom das redes sociais e do número de corredores, seja pela natureza da modalidade, quanto pela oferta de grandes eventos próximos a nós, os atletas amadores estão ansiosos para alcançar, rapidamente, metas ambiciosas, pulando degraus e deixando de construir uma base sólida que dará sustentação para longevidade no esporte e resultados mais expressivos em médio e longo prazo.
Neste contexto, vale uma reflexão sobre a importância da evolução gradual de distâncias e metas. Vamos nessa?
Se você começou a correr para valer agora, encare provas de 5 km para depois migrar para as provas de 10 km. Caso se sinta seguro e haja relevância significativa em sua vida, defina, após isso, novos desafios na meia-maratona e maratona.
Passar por provas menores (5 km e 10 km) é fundamental para que você consiga fixar melhor conceitos técnicos. Isso acontece por conta da característica dos treinos que estimulam adaptações neuromusculares, fisiológicas e biomecânicas importantes.
Estas provas mais curtas são excelentes oportunidades para definição e testes de estratégias mais adequadas às suas características individuais. Pode ser um ritmo progressivo, ritmo constante, a separação da distância total em pequenos blocos, entre outras muitas abordagens possíveis.
A evolução gradual também é importante para que seja possível testar alimentação e suplementação pré, durante e pós-prova; encontrar o polimento ideal para você; experimentar roupas e acessórios mais confortáveis; e até mesmo corrigir erros de periodização do treinamento.
Ultrapassar etapas pode ser um grande detonador de motivação. Ao alcançar uma grande meta precocemente, você não terá mais nada tão desafiador pela frente que o mantenha motivado treinando.
Além disso, os treinos intensos, sem a devida base feita, podem gerar um grande desconforto e desequilíbrio em sua vida, tirando o prazer que a atividade física proporciona.
A prática excessiva de atividade física sem o preparo correto aumenta o risco de problemas cardiovasculares, lesões osteomioarticulares e outros males. Isso pode afastar, temporariamente ou definitivamente, uma pessoa do esporte, o que pode causar uma série de problemas em cadeia. Desde crises psicológicas a doenças advindas do sedentarismo, como hipertensão arterial, diabetes e colesterol alterado.
Quem tem pretensões de reduzir os tempos em provas, pode adotar uma estratégia interessante ao melhorar os tempos reduzindo o pace em distâncias menores. Neste caso, é feito um pequeno ajuste do ritmo, associado aos treinos específicos para distâncias maiores, como os treinos mais longos e os treinos em ritmo de prova alvo (Tempo Run), por exemplo.
Após esta breve reflexão sobre a importância de subir um degrau por vez, criando uma base sólida para poder chegar com mais segurança e maior rendimento em distâncias maiores, espero que aquelas perguntas iniciais sejam respondidas facilmente. E decisões precipitadas sejam evitadas.
Por quantos anos você pretende correr e o quão alto você quer chegar?
Bons treinos e vamos pra cima, galera!
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