Feito é melhor que o não feito: nos adaptando ao cenário do isolamento social

Atualizado em 16 de abril de 2020
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Ao iniciar 2020 uma das primeiras coisas que fizemos foi traçar todo o calendário de provas para o ano. Sentamos com nossos treinadores e colocamos passo a passos nossos desafios para a temporada. Ufa, sabemos agora o que devemos fazer para que cada etapa seja alcançada com louvor e assim chegarmos 100% preparados física e mentalmente em nossos desafios.

Quem aqui, ou no mundo poderia imaginar o que 2020 estava guardando para nós? Difícil aceitar que o que fizemos até o decreto oficial de isolamento, e consequentemente do fechamento de parques e academias, acarretaria num grandessíssimo obstáculo em nossas vidas?

Pois bem, assim como os grandes atletas olímpicos terão que passar por esse turbilhão de emoções, nós corredores também teremos. Me diga, quem comprou passagens aéreas? Fez reservas em hotéis? Quem comprou um novo tênis? Ou até mesmo um novo kit de gel para repor o carboidrato em treinos e nas provas?

Todos, absolutamente todos nós, fomos impactados, mas não podemos deixar com que isso estrague todo aquele planejamento feito no início do nosso ano de 2020.

Sinceramente, não sei bem como, mas sem dúvidas não podemos parar. Lógico que no primeiro momento muitos tenham jogado a toalha e desistido. Eu, mesmo, fiquei assim por duas semanas, sem querer saber de treinos e nem de esporte.

Mas refletindo e lendo muito nesse período cheguei à conclusão de que o esporte sempre me moveu e me move até hoje. Esporte é vida, é movimento e, acima de tudo, é saúde. Como poderia deixar de lado?

Com isso, fiquei pensando num problema crítico pelo qual poderemos passar quando tudo voltar a ser como antes – se é que vai voltar, espero que as pessoas se tornem melhores e mais conscientes do seu papel como seres humanos.
Corrida é igual a sobrecarga em nossas articulações, uma sobrecarga que considero saudável quando o corpo está preparado. O problema é que nessa pausa muitos deixaram de correr e se movimentar.

Com isso o nosso corpo perde a capacidade de “sustentar” esse estresse por muito tempo. Nossas articulações podem sofrer com isso, levando a quadros de dor e possíveis lesões.

Nossa André, lesões? Já fiquei esse tempo todo afastado(a) e ainda posso me lesionar quando voltar?

Exato, precisamos ser cirúrgicos no retorno para evitar que nosso corpo se machuque por um excesso de vontade de recuperar o tempo perdido.

Posso dar uma sugestão, se é que me permitem? Liguem o sinal amarelo de preocupação quando voltarem. O que significa isso? Quando forem correr, fiquem atentos em não aumentar rapidamente a velocidade da esteira ou de baixar demais o pace quando estiverem correndo na rua.

Por que isso? Porque quanto mais rápido estivermos, maior será a carga aplicada em nossas articulações do tornozelo, joelho e quadris.

Então André, o que devemos fazer nesse período de quarentena para que minhas articulações não sofram tanto na volta? Ah, agora sim! Vamos lá.

Primeiro passo sempre será manter os músculos ativos. São eles que nos sustentam e nos possibilitem correr. Nada mais justo com eles do que nos movimentarmos o máximo possível #emcasa.

Segundo e não menos importante. Além do fortalecimento muscular, que envolve principalmente exercícios de abdômen e membros inferiores como um todo, exercícios associados com saltos podem auxiliar o corpo a reconhecer esse tipo de estímulo.

Exatamente, saltos com as duas pernas ou pequenos saltos com apenas uma das pernas de cada vez podem ser usados para gerar esse “estresse” nas articulações e não deixar o nosso corpo se acomodar, fazendo com que na volta às atividades nossas articulações não sintam tanto os efeitos do tempo parado.

Seja dentro de casa, no quintal ou no jardim de casa (o importante é que seja feito #emcasa), façam esses exercícios, não fiquem parados totalmente, por dois motivos básicos:

  1. Manter o mínimo de atividade física ajuda a manter nosso sistema imunológico.
  2. Isso nos ajudará a passar o tempo de uma forma saudável.

Sem dúvidas, esse é o momento mais complexo da nossa geração e tenho certeza que iremos passar por isso tirando diversos ensinamentos. Assim como na corrida, esse é um momento de olharmos para dentro de nós e refletirmos como seres humanos.

Que fique o aprendizado e logo, muito em breve, seremos pessoas muito mais evoluídas umas com as outras.
Lembrem-se, MOVIMENTO é vida. Vamos nos mexer!!!

Até mais