Recentemente atendi muitos corredores com fratura por estresse, principalmente em tíbia, calcâneo e ossos do pé. Acontece que diversos deles treinam com excelentes professores, estão com volumes semanais moderados e seguem uma rotina saudável. E ao fim do diagnóstico se perguntam: “onde errei?”
Essa lesão, também conhecida como edema ósseo, acontece quando há um desequilíbrio da balança de lesão X reparo presente em nosso corpo. A cada pisada que damos no chão, “quebramos osso”, ou seja, lesionamos microscopicamente sua arquitetura. Mas nosso organismo, como uma máquina perfeita, conserta cada uma delas, em um constante ciclo de “quebra e conserto”.
Para isso, no entanto, é fundamental que nossos mecanismos de reparo estejam funcionando perfeitamente, ou seja, quando falta energia ou algum substrato o sistema não dá conta da regeneração. Como em nosso dia a dia temos baixas solicitações, essas carências não costumam vir à tona. Porém, quando corremos, há um grande aumento dessas microlesões, e com uma recuperação falha pode haver uma fratura por estresse.
Representaram mais de 50% dos casos que atendi nos últimos 3 meses. Essa vitamina está ligada ao metabolismo do cálcio nos ossos, e sua carência vem aumentando de forma endêmica em nossa população. Ela é obtida através da alimentação (peixes e cogumelos são boas fontes), exposição ao sol ou suplementação. Pessoas que treinam indoor, passam 12h em seus escritórios ou que consomem pouca gordura em suas dietas devem ficar mais atentas.
Dietas restritivas, no intuito de perda de peso, acompanhadas de altas cargas de corrida são uma “bomba relógio”. Se não há energia suficiente, a taxa de reparo das microlesões reduz substancialmente, priorizando órgãos vitais, como coração, cérebro e rins. Se você busca reduzir sua alimentação, opte por exercícios de baixo impacto como bike, transport ou natação e treine com cargas moderadas, minimizando o risco de lesões. Jamais faça dieta sozinho, procure um nutricionista esportivo se deseja correr melhor e emagrecer com saúde.
A amenorréia (3 ciclos seguidos sem menstruar) ou ciclos irregulares levam a alterações hormonais que podem afetar a taxa de regeneração óssea, predispondo às fraturas por estresse.
Essas glândulas, situadas no pescoço, estão diretamente ligadas ao metabolismo do cálcio no organismo, e quando desreguladas podem causar fragilidade óssea e fraturas de repetição, nas quais só o repouso não basta. Nesses casos a fratura não passa de uma manifestação ortopédica de um problema endócrino, que deve ser tratado antes do retorno às corridas.
É claro que aquela pessoa que corre sem orientação, progride rápido e treina quase sem descanso está mais sujeita a todo tipo de lesão. No entanto, após o diagnóstico de fratura por estresse, é fundamental se perguntar: “será que foi erro de treino?”.
A investigação dos fatores de risco deve ser continuada, buscando principalmente as causas acima citadas. De maneira surpreendente, na minha experiência, em mais de 70% dos casos há um fator de risco por trás, que, quando não tratado, aumenta as chances de um novo episódio no futuro.
Esse número é um alerta de que a maioria das pessoas se preocupa apenas em treinar, deixando de lado um check up regular ou a procura de profissionais especializados para correr com segurança.
Bons treinos e boas corridas!
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