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No último fim de semana, participei de uma pequena e simpática corrida na minha simpaticíssima cidade de Porto Alegre, hoje bastante maltratada pela crise e pela administração municipal.
Pequena em várias acepções, da distância ao número de participantes. A segunda Chima Run teve pouco mais de 300 concluintes, que encararam um percurso plano de cinco quilômetros às margens do meu querido Guaíba.
Já tinha quase esquecido como é legal participar de provas assim, organizadas quase artesanalmente, com esforço de poucas pessoas –pelo menos é o que imagino, não cheguei a conversar com o pessoal da organização–, dedicadas, interessadas em dar satisfação aos seus clientes, além de ganhar dinheiro.
A inscrição custou R$ 70 (mais as infames taxas de conveniência), o que pode ser muito para alguns e pouco para outros tantos. Considerei de bom tamanho, especialmente porque achei linda a camiseta. Ao concluir a prova, descobri que a medalha também era superbacana: uma cuia de chimarrão esculpida sobre uma versão estilizada do contorno do Rio Grande do Sul.
O ambiente era quase familiar, com muita gente parecendo fazer sua estreia em corridas de rua. Grupos de amigos correndo em quartetos, senhoras, jovens e veteranos encarando o friozinho da manhã cinzenta.
Vários corredores vestiam-se a caráter, pilchados tal qual gaúchos das lides campeiras –afinal, a corrida acontece exatamente durante a Semana Farroupilha. A retirada dos kits foi em pleno centro do acampamento Farroupilha, ao lado do galpão do Movimento de Tradições Gaúchas. E a largada foi da praça das cuias –uma escultura de qualidade muito duvidosa.
Na Chima Run, não só me diverti e experimentei correr em ritmo mais rápido do que o costumeiro para minhas velhas pernas –nenhum sprint, apenas algo em torno de seis minutos por quilômetro, em média–, mas também fiquei refletindo sobre as pequenas corridas, que hoje parecem esquecidas no meio dos supereventos cheios de luz e som que se tornaram costumeiros nos grandes centros.
Lembrei, por exemplo, de uma prova que participei há quase dez anos no Balneário Camburiú, litoral de Santa Catarina. Nem me recordo do nome, talvez fosse Interpraias; a distância era algo como 17 km ou 18 km por uma estrada que costeia o mar e oferece ao corredor imagens deslumbrantes de belas praias, morros, águas revoltas.
Só o percurso valeria a viagem, mas os organizadores –nem sei se ainda existe a empresa—ainda ofereciam um monte de benefícios.
Havia um lauto café da manhã servido na varanda do hotel oficial do evento. Depois, todos os corredores eram levados de ônibus e vans até o porto, onde pegávamos um barco pirata até o local da largada.
Depois da corrida, era servido um almoço festivo, com direito a farta sobremesa de frutas. Quem quisesse voltava com o barco; havia ainda a opção de retornar de teleférico até a cidade –tudo incluído no preço da inscrição, que era absolutamente normal, muito, mas muito abaixo, por exemplo, do valor da inscrição para a São Silvestre.
Enfim, é bom saber que, ainda hoje, nem só de provas com milhares ou dezenas de milhares de participantes vive o mundo das corridas. Não que as provas gigantes sejam ruins –ao contrário, já participei de uma corrida com 45 mil pessoas que foi absolutamente fantástica. Mas as pequenas corridas, quando bem organizadas, são uma delícia.
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