Com esta aqui, completo 139 colunas na O2. Pode parecer pouco, mas são 12 anos escrevendo sobre corrida. Doze anos! De forma que quando o editor liga para avisar que o tema da revista será a maratona, eu não consigo pensar em outra coisa além de quantas colunas sobre isso já escrevi. Vivo torcendo para que o tema seja algo como topadas ou frieiras. Eu nunca escrevi sobre esses assuntos e seria fácil pensar em algo inédito — embora tema que a revista não venderia nada e hordas de leitores cancelariam suas assinaturas. Sendo assim, resta-me botar a cabeça para trabalhar e parir mais um texto sobre maratona que não repita os anteriores. Então, vamos lá!
Já temos maratonas de muitos tipos. Por conta disso, se eu tivesse que criar uma nova maratona, jamais pensaria em algo papai-com-mamãe como as de São Paulo, Nova York ou Titicastenango. Para atrair novos públicos, é preciso pensar em coisas inusitadas, conectadas com os novos tempos, capazes de atrair a atenção dos dispersivos millenials e suas múltiplas plataformas. Não é tarefa fácil, mas se eu posso escrever 11 colunas sobre maratona, qualquer um pode criar provas com novas propostas…
Que tal uma maratona que permita o uso de celulares? As pessoas não vivem sem esses troços mesmo. Imaginei algo como grandes bolhas de plástico a serem colocadas ao redor dos corpos dos corredores, de forma que se um trombar com o outro enquanto publicam selfies, ninguém se machucará. Acho que seria um sucesso. Da mesma forma, uma maratona rave seria da hora. Música eletrônica bombando bem alta, marcando o ritmo, uniformes que brilham no escuro e, em vez de postos de água, balinhas, pastilhas e outros aditivos para lá de suspeitos. Entendedores entenderão. Após a chegada, pegação geral.
Poderíamos ter também uma maratona aquática. Não com natação, que essa já existe. Com corrida mesmo. Faríamos uma prova de 42 km na parte rasa de uma praia. Iguabinha, no Estado do Rio, parece perfeita para isso: rasinha e sem ondas. O problema seria a água salgada pra caramba respingando os olhos, mas nada que não se resolva com aqueles óculos de esqui. Ficará até fashion. E por falar em fashion, penso que seria bacana para as meninas uma maratona da moda. Uma passarela de 42 km seria construída entre o bom Retiro e a Bienal — e a mulherada correria com uniformes concebidos pelos principais designers do País e de salto alto.
Eu poderia ficar aqui listando mil propostas, como a Pet Marathon (donos puxando seus cachorros em trenós), a Maratona Etílica (disputada em ziguezague), a Baby Marathon (com carrinhos e mamadeiras nos postos de abastecimento), a Halloween Marathon (com abóboras em vez de bananas), e até a Maratona Passeata (contra ou a favor do governo, sendo que, nas que forem a favor, em vez de medalhas os participantes receberiam sanduíches de mortadela). Mas é melhor eu parar por aqui, pois preciso guardar algumas ideias para a próxima coluna que tiver de escrever sobre o tema. Nos vemos no mês que vem, com a coluna número 140. E não se preocupem: ela não será
sobre frieiras.
(Coluna publicada na Revista O2, edição 153 de Março de 2016)
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