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A importância de correr em equilíbrio

Se você quer ter eficiência mecânica e prazer na corrida, é preciso ter o corpo forte e flexível. Isto é, equilibrado. Braços como remos, pés que funcionam como molas, coluna reta e tronco ligeiramente projetado à frente não são suficientes.

Se o “empilhamento” das unidades corporais não estiver equilibrado, o desempenho será prejudicado. O corpo é uma teia onde tudo está conectado. Vivemos uma grande batalha contra a gravidade. Nesse aspecto, os seres humanos não diferem de nenhum outro corpo material, todos estão sujeitos as leis da mecânica.

Os homens consistem de unidades empilháveis: os ossos (posição no espaço) e tecidos moles (sustentação). Quando os tecidos moles estão flexíveis, bem orientados, os ossos vão funcionar livremente. A estrutura vai apresentar menos resistência e a gravidade vai poder “fluir” através do corpo.

 

 

Quando isso não acontece, nem mesmo a respiração é adequada. O diafragma por exemplo, ator principal da respiração, age também no empilhamento vertebral correto e ao mesmo tempo depende intensamente da estática vertebral. É o ponto de equilíbrio do corpo inteiro.

As tensões musculares acumuladas progressivamente impedem a fluidez do movimento diafragmático. Assim como toda emoção influi diretamente sobre o ritmo respiratório e cardíaco.

O estresse da vida moderna, maus hábitos, o tempo e a maneira que passamos sentados podem gerar uma tensão crônica no diafragma e em outros músculos, tais como o psoas que está ligado diretamente a ele pela fáscia (tecido de conexão).

O psoas é o músculo mais profundo e estabilizador do corpo humano. É o único músculo que liga a coluna vertebral às pernas. Ele nos faz levantar as pernas, andar e contém os órgãos internos. É chamando “músculo da alma”, centro de energia do corpo e fundamental para correr em equilíbrio.

Quanto mais forte, flexível e organizado, melhor será a funcionalidade dos ossos, músculos e articulações. O psoas estabiliza o corpo, que economiza energia. O diafragma móvel permite liberdade na respiração e abastece órgãos abdominais e cardiorrespiratórios.

Conclusão: se tivermos um corpo com boa verticalidade, boa ventilação e sintonia com o meio ambiente, podemos viver o momento “corrida”, executado pelo homem desde os ancestrais, como algo natural e harmonioso.

Thays Baena

Fisioterapeuta com 35 anos de carreira, é acupunturista e especializada em RPG GDS (cadeias musculares e articulares). Fez educação continuada em fisiopatologia e terapêutica da dor. Trabalhou em Aachen, na Alemanha, com terapias manuais, na AACD com reabilitação de crianças, no Hospital das Clínicas com o grupo de coluna e no Esporte Clube Sírio com esportes gerais. Fez parte da equipe do grupo de médicos do esporte e saúde do Hospital do Servidor Público. Atua desde 1986 com reabilitação ortopédica com atletas, idosos e crianças. Entre as técnicas aplicadas em suas terapias estão liberação miofascial, pilates para a reabilitação, fisioterapia nas disfunções temporomandibulares e rolfing.

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