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Luis Buñuel, a partir de uma certa idade, passou a se despedir dos lugares de que gostava. É o próprio cineasta quem nos conta, em sua autobiografia intitulada Meu último suspiro:
“Há muitos anos que, cada vez que saio de um lugar que conheço bem, onde vivi e trabalhei, que fez parte de mim mesmo, como Paris, Madri, Toledo, El Paular, San José Purua, paro um momento para dizer adeus a esse lugar. Dirijo-me a ele, digo por exemplo: Adeus, San José. Aqui conheci momentos felizes. Sem você minha vida teria sido diferente. Agora vou-me embora, nunca mais tornarei a ver você, você continuará sem mim, despeço-me de você”.
Tive a oportunidade e a sorte de correr em lugares fantásticos. Toda vez que eu viajo levo comigo uma vontade na cabeça e um par de tênis nos pés. Corri em uma praia deserta em Bora Bora; em torno do Palácio Imperial de Tóquio; no Tiergarten, em Berlim; no Jardim de Luxemburgo, em Paris; no Central Park, em Nova Iorque; em Paraty, no estado do Rio.
Não pensei em me despedir de qualquer desses lugares. Pretendo revisitá-los. Drauzio Varella, em seu livro Palavra de Médico, recém lançado, afirma que quem está vivo hoje tem boa chance de passar dos 80 anos. A chance é ainda maior para quem se exercita regularmente.
Eu sigo viajando. Eu sigo correndo.
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