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Máscaras e a dor de cabeça

De repente, quem tinha um tecido e alguns elásticos em casa começou a produzir suas próprias máscaras. De repente, você que nunca usou uma se deparou com uma enorme variedade de modelos para todas as tarefas do dia. Tem para ir ao mercado, para não deixar marca de sol, para correr, para pedalar, para usar apenas uma vez, para lavar quantas vezes quiser, para combinar com a roupa e algumas, para te dar dores de cabeça, literalmente.

Nossa cabeça tem músculos. Aliás, tem muitos deles. Os mais conhecidos são os faciais, que nos permitem movimentar o rosto inteiro, desde abrir e fechar a boca e os olhos, até expressar as mais profundas emoções e sentimentos.

Mas não podemos esquecer dos demais, que cobrem boa parte do crânio, estão embaixo do couro cabeludo e são grandes responsáveis por crises de dores de cabeça.

Quando pressionamos qualquer músculo do corpo, podemos afetar sua função. Dependendo da intensidade e do tempo que realizamos a pressão, ele pode ficar mais solto, mais relaxado ou dolorido e mais tenso.

Além disso, podemos mudar também o posicionamento na hora de apertar as fibras musculares, comprimindo paralelamente ou transversalmente a elas (explicarei com mais detalhes logo mais).

A maioria das máscaras faciais é feita de fibras de elástico. Alguns modelos possuem fitas mais curtas para serem colocadas atrás das orelhas e outros possuem fitas mais longas, para serem apoiadas na cabeça e no pescoço (algumas na parte de trás, outras mais no topo).

Mas infelizmente o que a minoria tem é um ajuste de tamanho. A maioria vem com tamanho único, deixando algumas pessoas com máscaras apertadas ou frouxas demais. Mas vamos focar naquelas que ficam apertadas.

Usar máscaras apertadas que se prendem atrás das orelhas pode gerar aumento de tensão nos músculos ao redor delas, principalmente aqueles que quando contraídos jogam ela para trás e para cima (algumas pessoas conseguem contraí-los isoladamente). Isso já seria o suficiente para criar um desequilíbrio muscular ao redor da orelha, afetando também os músculos da mandíbula.

As máscaras com elásticos mais logos pressionam diretamente os músculos da cabeça, principalmente os laterais, posteriores e alguns superiores (dependendo do modo como é feita a fixação). Neste caso, quanto mais apertadas, maiores serão as consequências nas tensões destes músculos, criando também vários desequilíbrios e compensações tanto musculares, como vasculares.

Em ambos os casos, além da pressão e influência nos músculos, pode ser afetado o fluxo sanguíneo, ou seja, a forma como o sangue passa pelos vasos e chega a todas as regiões da cabeça. Afinal, ela está repleta de veias e artérias e quando a pressionamos demais, podemos afetar esse sistema. Basta lembrar do que acontece quando pisamos em uma mangueira flexível. É simples imaginar que afetaremos o fluxo de água dentro dela.

Até então, as principais causas desse aumento de tensão muscular na cabeça tinham relação com maus hábitos posturais e estresse. Agora com essa pandemia, as máscaras entraram como mais uma causa. Mas vale lembrar que são apenas aquelas mal ajustadas. O ideal então é seguir algumas dicas simples em relação às máscaras

Dicas para usar máscara sem ter dor de cabeça

  • Procure pelo tamanho do seu rosto. Considere não apenas o tamanho do tecido, mas também das alças elásticas;
  • Dê preferência por alças mais largas. São mais confortáveis que alças finas, pois reduzem a pressão;
  • Se possível, procure por alças ajustáveis (algumas não possuem elástico), pois assim você regula o tamanho e controla a pressão;
  • Se você usa óculos, experimente alternar a passagem das alças (por cima ou por baixo da armação). Procure meios de prender a alça da máscara nas hastes dos óculos também, evitando tensionar apenas as orelhas.

Agora, se a causa for o estresse, invista em uma máscara esportiva (não encharca) e vá correr.

Marcel Sera

Fisioterapeuta, palestrante e atleta amador! A ideia, aqui, é explicar como usamos e o que acontece com o nosso corpo em cada situação, ação e emoção de nosso dia-a-dia. Correr é uma terapia e minha fonte de inspirações para compartilhar o conhecimento de forma simples e objetiva para todos os interessados. Sugira, critique, questione, treine e corra à vontade!

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Marcel Sera

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