Numa das muitas conversas com meus pacientes corredores, percebi que muitos têm dúvida sobre um termo cada vez mais falado: “mobilidade”. O que afinal é essa tal de mobilidade articular e qual a sua influência para nós corredores?
Talvez esse texto acabe sendo um pouco mais técnico do que o habitual, mas sem dúvidas de grande proveito na nossa empreitada rumo à melhor corrida que possamos ter.
Para começar, o primeiro grande ponto quando falamos de mobilidade articular é que ela se refere às articulações. Você pode alongar muito antes de treinos, sejam eles de curta ou de longa duração, mas esse tipo de movimento se refere à parte muscular.
De um modo geral até pode influenciar na articulação, mas o fato é que precisamos otimizar aquilo que chamamos de amplitude que cada articulação pode nos proporcionar.
Uma articulação basicamente se refere ao conjunto de dois ou mais ossos que se conectam, nos proporcionando a capacidade de se movimentar. Temos diversas delas pelo corpo, algumas com as mesmas características e outras com funções distintas. O que quero tirar disso é o efeito delas durante nosso esporte.
Na corrida, as articulações funcionam como “molas” que recebem forças de cima para baixo e de baixo para cima.
“André, me explica melhor isso”. Claro.
Quando corremos, somamos o peso do nosso corpo à força da gravidade, que jogamos em direção ao chão, que por sua vez nos dá como resposta uma força contra nosso próprio corpo (força de reação do solo). Ou seja, quanto maior for nosso peso ou a velocidade em que corremos, maior a força do chão no nosso corpo. É aí que entra a importância da mobilidade articular.
Se bem distribuídas, as forças do solo são menos agressivas para as articulações. É importante lembrar que elas vêm dos pés, passam pelo tornozelo, joelho, quadril e coluna.
Vamos começar pelo nosso pé, com que fazemos contato com o solo e por isso merece cuidado. Ele é formado por diversas articulações que têm duas características principais: rigidez, para aguentar o impacto, e flexibilidade para impulsionar o corpo para frente.
Mas a articulação que nós corredores precisamos ter atenção especial é a do tornozelo. A perda de mobilidade dela pode ter repercussões muito negativas na corrida, principalmente no movimento de dorsiflexão (quando apontamos as pontas dos pés para cima).
A prevenção de lesões dos membros inferiores é um eterno desafio influenciado por um conjunto de fatores. Mas quando a dorsiflexão está diminuída, consequentemente joelhos e quadris sofrem com alterações. Essas modificações até podem não ter repercussão imediata, mas se não tratadas poderão levar a desgastes na cartilagem articular e possivelmente a alguma limitação na prática da corrida.
Lembrando que o alongamento muscular não melhora a mobilidade da articulação do tornozelo!
Quer testar a sua mobilidade do tornozelo? Preste atenção na dica do teste para descobrir se você tem uma boa amplitude articular.
Caso exista alguma diferença entre os dois lados, ou o se para você encostar os joelhos na parede seu dedão estiver praticamente colado na parede, sua amplitude de movimento estará reduzida.
Nesse caso exercícios de mobilidade irão lhe ajudar a melhorar o movimento e consequentemente seu desempenho nas corridas.
Vamos que a corrida está voltando, não podemos perder tempo!
Até Mais
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