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Muita calma, nesta hora!

Se você saiu de bike, e esqueceu de colocar o capacete, ou a luva, ou levar a  bomba… CALMA.

Volte, se prepare com todos acessórios e faça um pedal mais seguro em todos os sentidos.

Você está pedalando numa das ciclovias novas pela cidade e vai passar um cruzamento… CALMA. Pare, olhe para os dois lados, e aí continue o seu trajeto.

Há trânsito e você está passando entre os carros, no caminho de motocicletas… CALMA.

Deixe-as passar, siga no seu caminho, e fique atento aos carros que se deslocam de uma fileira a outra. Não se esqueça que, mesmo assim, muito provavelmente você chegará mais cedo no seu destino, e ainda estará  sentindo toda a satisfação que a liberdade materializada do vento na face e a endorfina transmitida pelo corpo nos trazem.

Se tem buraco, desvie.

Se tem bueiro, também.

O motorista passou acelerando ao seu lado, desconsiderando a sua fragilidade em cima da bike, seja de forma maldosa ou involuntária? ACALME-SE. Continuar com uma retribuição, pagando com a mesma moeda pode deixar o que foi ruim, pior!

Conte até 10, 20, 30, olhe para o céu, para o lado, para o outro, mas MUITA CALMA NESTA HORA!

Saiu de casa e não estava chovendo, mas no seu retorno do trabalho, no fim do dia, o tempo virou… Espere, se ACALME. Pode ser que isso o ajude a evitar que volte pedalando com a roupa encharcada. Quem sabe a chuva não irá passar?

Como na essência das pedaladas, estender nossa TOLERÂNCIA  para todos os acontecimentos que estão à volta do universo dos que utilizam a bicicleta, é uma questão de prática, manutenção e ajustes constantes. Sabemos que no dia a dia, para cada circunstância vivida por nós em cima da bike (e são inúmeras), é sempre difícil manter este auto controle, esse discernimento, para ficarmos fora de confusões e mais riscos. Porém, se não nos esforçarmos para fazermos também a nossa parte, estaremos sempre no mesmo lado da corda, daqueles que se desrespeitam sem a mínima noção do que pode acontecer para responder a cada ação errada. Seja ela voluntária, consciente, ou involuntária, e muitas vezes até sem a menor intenção de acarretar os donos causados.

Temos que ser DIFERENTES, MELHORES, e nos esforçarmos para tudo que envolve nosso ambiente, melhore também.

Lembrem-se: estamos, apenas, engatinhando em duas rodas, e como tudo que cresce, precisa de um tempo de maturação.

Ótimas pedaladas a todos!

 

Ricardo Arap

É educador físico, especialista em treinamento desportivo e ciclismo, e diretor-técnico da Race Consultoria Esportiva. Atleta amador de ciclismo, tem em seu currículo 12 participações na Race Across America entre 1998 e 2016, sendo cinco em equipe e sete solo.

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Ricardo Arap

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