Saber caminhar em ritmo forte é fundamental em provas de montanha. Em particular quando elas incluem subidas insanas ou uma altimetria acumulada recheada de muitos “mil” metros. Quando troquei o asfalto pela montanha isso foi algo que eu demorei um pouco para entender, confesso. Como assim andar?
No trail running, salvas raríssimas exceções – e põe raríssimas nisso – caminhar é parte da estratégia dos corredores. Isso ocorre por diversas razões: porque o terreno é cheio de pedras soltas e você corre mais risco de se machucar correndo do que andando; porque a altimetria é surreal e você não sabe o que tem pela frente e precisa se preservar um pouco; ou até mesmo para você comer alguma coisa e se hidratar em movimento.
Cada um tem a sua estratégia, mas cheguei à conclusão que prefiro caminhar em um pace constante e mais forte a subir uma montanha “correndo” em ritmo de fazer inveja a uma lesma e ainda chegar ao cume cuspindo meu coração pela boca.
Na montanha, caminhar também é correr. Essa opção, aliás, pode ser a diferença entre quebrar ou cruzar a linha de chegada.
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