Suplementos não substituem alimentos, principalmente porque estamos longe de saber tudo. Existem substâncias e interações com nosso organismo que ainda não descobrimos. Um bom exemplo disso é a nossa querida beterraba, que muitos, equivocadamente, ainda acreditam ser fonte de ferro pela sua linda cor. Nos últimos anos, ela se tornou a queridinha no mundo do esporte – é difícil ver um corredor que não tome seu suco de beterraba antes do treino.
O objetivo é adquirir nitrato, para que se transforme em óxido nítrico e proporcione efeito vasodilatador, promovendo melhora na agilidade do fluxo sanguíneo, permitindo eficiência no fornecimento de nutrientes, de oxigênio, na retirada de metabólitos, gás carbônico e proporcionando uma melhora no pace, além de reduzir a fadiga.
Mas quando falamos em beterraba e produção de óxido nítrico, existe um conjunto de fatores que influenciam para que isso aconteça, pouco comentado e muito importante. Existem estudos que associam os desequilíbrios na comunidade microbiana oral com a redução da saúde cardiovascular e metabólica. E a razão disso pode ser a via de transformação do nitrato inorgânico em óxido nítrico, que depende das bactérias orais para acontecer.
Assim como na saúde de outras microbiotas do corpo humano, além do próprio componente genético, estilo de vida e hábitos alimentares interferem na qualidade dessas bactérias. Ou seja: para obter o que se deseja do suco de beterraba é preciso fazer mais do que só tomar o suco antes de treinar.
Se você tem o hábito de acordar e tomar o seu suco logo pela manhã, atenção: estudos apontam que a formulação de algumas pastas de dente e enxaguantes bucais reduzem a população de bactérias do bem da cavidade oral, em média por três horas ou mais, não havendo bactérias suficientes para fazer a conversão do nitrato/nitrito em óxido nítrico.
Apesar de a beterraba e seu suco serem a fonte de nitrato inorgânico mais famosa, existem outros alimento que também são ótimos, como espinafre, rúcula, agrião, alface, aipo e outros vegetais de folhas verdes. Além disso, é particularmente relevante analisar os alimentos com base em seus ingredientes e, especificamente, como agem e interagem entre si no corpo humano.
Há uma interação em vegetais (vitamina C, polifenóis) que contribui para o processo de formação de óxido nítrico e a manutenção da saúde. Não existem alimentos mágicos – o resultado sempre está associado à presença de outros nutrientes e à forma como o corpo vem sendo cuidado.
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