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Com premiação total de 160 mil reais e inscrições custando R$ 150 na pré-venda, chegou com estrondo nas redes sociais a mais nova maratona de São Paulo. Patrocinada pela Asics e apresentada com nome em idioma estrangeiro, a São Paulo City Marathon traz algumas boas novidades para o mundo das corridas de ruas da cidade. A mais importante, na minha opinião, é o horário de largada, em torno das seis da manhã.
Há muito tempo especialistas vêm preconizando que as corridas de rua no Brasil sejam realizadas em horários em que, em geral, o clima esteja mais ameno e as temperaturas mais baixas. Isso não só ajuda a proteger a saúde dos atletas como propicia chances de melhor desempenho de cada um na corrida.
Se cumprido fielmente o regulamento, os atletas com necessidades especiais largam às 15 para as seis e, cinco minutos depois, parte a elite feminina. Às seis em ponto saem a elite masculina e os pelotões gerais A e B. Com intervalos de dez minutos, partem depois novas ondas: pelotão C às 6h10, demais pelotões às 6h20. Os pelotões são formados de acordo com o ritmo previsto pelo corredor, informado na hora da inscrição.
Aliás, pelo que se noticiou ao longo dos últimos dias, as inscrições para a maratona já estão esgotadas. É que, além da hora de largada, a prova tem outros atrativos, como a data: 31 de julho, o que promete clima razoável para correr uma prova de 42 km. Ainda que, de acordo com o site da prova, a temperatura média histórica para a data seja de 24 graus, o que já é quente demais para maratona, pelo menos para o meu gosto.
Mais elogiado de tudo, porém, tem sido o percurso, apontado como novidadeiro. De fato, é bem legal, combinando trajetos feitos na São Silvestre e em provas realizadas na zona oeste da cidade. Não me parece, porém, merecedor de tanto incenso, loas e boas. Ele traz um trecho muito traiçoeiro: a descida da Brigadeiro. Tal como na São Silvestre de 2011, os corredores virão pelo centro, passam pelo viaduto do Chá, sobem a Libero Badaró, acenam para o largo de São Francisco e adentram a Brigadeiro Luiz Antonio.
É uma subidinha das boas, inexistente em maratonas que buscam oferecer chances de recorde pessoal aos participantes. Aqui, não é o caso: o importante é o desafio. O problema é que, chegando ao topo da avenida, o atleta não vai festejar na Paulista, como acontece na São Silvestre.
Nananina.
Ainda terá muito chão pela frente. E a etapa imediata é talvez a mais perigosa e traiçoeira da prova. Cruzando a Paulista, o atleta segue pela Brigadeiro, agora descendo em direção à região do parque Ibirapuera.
São algumas centenas de metros, algo em torno de um quilômetro, que podem acabar com a alegria do vivente. Para mim, descidas sempre foram os momentos mais complicados de qualquer prova.
Na descida, a gente se entusiasma, acha que a gravidade está com a gente e mandar ver. É quando acontecem os descuidos, perde-se o foco na sedução da velocidade maior. Em suma: aumentam os riscos de uma torsão de tornozelo, de uma fisgada no quadríceps, de uma dor inoportuna qualquer.
Claro que isso não torna inexpugnável o percurso da nova maratona paulistana. Apenas acrescenta à distância um risco maior. É bom, portanto, que os atletas se preparem para esse desafio extra para que cheguem inteiros e com saúde à reta final.
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