Obesidade e a importância dos exercícios físicos

Atualizado em 15 de julho de 2016
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A obesidade é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um importante problema de saúde pública (WHO, 2000). Se não bastasse a prevalência de obesidade em países altamente desenvolvidos, como os Estados Unidos (Kuczmarski, 1992), no Brasil, quase a metade dos adultos apresenta excesso de peso (Silva et al., 2014).

A pesquisa VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção Para Doenças Crônicas por inquérito telefônico), em 2009, encontrou prevalência de obesidade de 13,9% para a população geral e 48,0% de excesso de peso, sendo 52,6% para homens e 44,1% para as mulheres. Independentemente do sobrepeso, a gordura abdominal é importante fator de risco (Kannel et al.). No caso da obesidade e, particularmente, da localização abdominal, a gordura tem impacto sobre as doenças cardiovasculares por se associar, com frequência, às dislipidemias, à hipertensão arterial e ao diabetes que favorecem a ocorrência de eventos cardiovasculares, particularmente os coronarianos.

Estudos mostram que as condições associadas ao aumento da obesidade, ocorridas nos últimos anos, ainda não estão bem definidas. Uma das principais hipóteses relaciona o aumento da obesidade ao declínio do gasto energético nos indivíduos. O gasto energético é diminuído com a crescente necessidade de tecnologia (Costa et al. 2014).

A tecnologia, e não podemos nos esquecer de sua importância no crescimento e desenvolvimento de uma nação, também tem trazido um grave problema à sociedade: o sedentarismo. No combate à obesidade, é importante seguir as recomendações do Colégio Americano de Medicina do Esporte. Realize 30 minutos de exercícios físicos aeróbios com intensidade moderada, em uma frequência de cinco dias da semana ou mesmo com um tempo de 20 minutos em intensidades mais vigorosas, em três dias da semana (Haskell et al., 2007). Por outro lado, também é recomendada a prática de exercícios físicos com pesos para o desenvolvimento de força muscular (Pollock et al., 1998). A afinidade com o desporto e sua especificidade, permitem maior aderência e continuidade ao treinamento, principalmente quando combinado a uma alimentação saudável e balanceada.

• Costa MAP, Vasconcelos AGG, Fonseca MJM. Prevalência de obesidade, excesso de peso e obesidade abdominal e associação com prática de atividade física em uma universidade federal. Rev. bras. epidemiol., São Paulo, v.17, 2014.

• Haskell WL, Lee IM, Pate RR, Powell KE, Blair SN, Franklin BA, Macera CA, Heath GW, Thompson PD, Bauman A. Physical activity and public health: updated recommendation for adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Med Sci Sports Exerc. v.39(8):p.1423-34,2007.

• Kannel WB, Wilson PW, Nam BH, D’Agostino RB. Risk stratification of obesity as a coronary risk factor. Am J Cardiol. v. 90:p.697-701, 2002.

• Kuczmarski RJ. Prevalence of overweight and weight gain in the United States. Am. J. Clin. Nutr., 55: 495S-502S, 1992.

• Ministério Da Saúde. Vigitel Brasil 2009. Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília (DF): Secretaria de Vigilância em Saúde; 2010.

• Pollock ML, Gaesser GA, Butcher JD, Després JP, Dishman RK, Franklin BA, Garber CE. The recommended quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory and muscular fitness, and flexibility in healthy adults. Med Sci Sports Exerc.v.30(6):p.975-91,1998.

• WHO (World Health Organization) 2000. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva: WHO; Technical Report Series, 894.