Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
A evolução do atleta em um esporte aeróbico é baseado num tripé: alimentação adequada, treinamento específico e descanso (sono). Eles funcionam interligados. Portanto se houver inadequação em apenas um deles, o resultado é perda de desempenho. Nos casos mais graves, o overtraining.
Logo, de nada adianta você respeitar os volumes e intensidades de treino da sua planilha, se você não dormir um tempo adequado.
O sono é sem dúvida um enorme problema para atletas amadores, principalmente os de endurance. As provas de Ironman e as ultramaratonas são um grande desafio para qualquer pessoa. E parar participar de um evento desse porte, a pessoa precisa se programar para ter tempo para o trabalho, a família, os treinamentos e o descanso.
O mais comum é o atleta amador não conseguir organizar a sua agenda e começar a diminuir o seu tempo de descanso, prejudicando a sua recuperação e, consequentemente, comprometendo os resultados dos próximos treinos.
Existe uma individualidade muito grande: conheço atletas que dormem de 5 a 6 horas por noite e levantam recuperados. Outros, como por exemplo o tenista Roger Federer, necessita de 12 horas de sono para se sentir bem. Cada caso deve ser avaliado individualmente.
Outro ponto muito comum é a ingestão inadequada de energia para a realização das atividades físicas, mais comum nas mulheres. Já me deparei com atletas de Ironman, fazendo atividades aeróbicas de 2 a 3 vezes por dia, com uma dieta que não supria as suas necessidades basais. O resultado pode ser a síndrome a mulher atleta ou um overtraining.
Nessa síndrome, a mulher apresenta alterações menstruais e osteoporose, propiciando o surgimento das famosas fraturas por estresse. Logo, todos os casos de fratura por estrese devem ser investigados como consequência de uma dieta inadequada.,
Já no overtraining, o quadro inclui fadiga, irritabilidade, dores musculares, alterações do sono e/ou humor. Podem ocorrer também alterações hormonais, principalmente na relação entre cortisol e testosterona e na adrenalina e noradrenalina.
Muitas vezes, um quadro de overtraining pode ser confundido com depressão. Logo, a avaliação de uma equipe multidisciplinar, com fisiologistas, psiquiatras, nutricionistas/nutrólogos, ginecologistas e clínicos, é mandatória.
O overtraining pode vir também por alterações no volume e/ou intensidade nos treinamentos. Vejo muitos casos no consultório de atletas que estão migrando de categoria (triathlon olímpico para Ironman 70.3 ou meia-maratona para maratona) e acabam realizando a mesma intensidade de treinamento com um volume muito maior.
É preciso ter uma consciência esportiva, que infelizmente na maioria dos casos só vem quando o corpo já esta debilitado. Uma corrida de 5 km é um esporte muito diferente de uma maratona, mesmo que ambos sejam corridas. Existe mais similaridade entre uma maratona e uma prova de ciclismo de estrada do que uma maratona e uma prova de 5 km. O ideal é realizar um exame chamado ergoespirometria para sabermos os limiares de treinamento de cada atleta.
O overtraining é uma condição que pode acabar com a carreira de muitos profissionais -infelizmente conheci alguns casos. É uma alteração sistêmica grave, que se não for abordada precocemente e de uma forma agressiva, irá encurtar a carreira do atleta.
Siga as planilhas do seu treinador, consulte um nutrólogo/nutricionista e durma bastante.
Compartilhar link