Somos frequentemente bombardeados por diferentes meios de comunicação sobre a necessidade do cuidado com a saúde, seja por meio da prática de atividades físicas, seja por meio de reeducação alimentar, equilíbrio psicológico, descanso adequado e dezenas de outras recomendações.
É um ataque em massa que sempre nos pega despreparados e que usualmente tem como resultado a fuga dessa batalha. Nossa tendência à fuga pode ter origem em inúmeros fatores que, somados, acabam com nossas forças.
“Eu não tenho tempo”, “eu não sei correr”, “estou muito estressado”, “preciso descansar mais”, “não tenho dinheiro pra isso”, “é muito longe de casa”, “vou começar na semana que vem”. Caso você já tenha usado uma dessas expressões não se espante, pois você faz parte de quase metade da população brasileira que não pratica atividade física, segundo pesquisas recentes. Ou seja, existem milhões de pessoas que pensam como você.
Isso não ocorre por simples coincidência. Já conhecemos muito bem quais são as barreiras que nos impedem de começarmos a cuidar do nosso corpo. Sabemos de trás para frente todas as informações de saúde, pois basta ligar a TV, abrir o jornal ou a revista, acessar portais de internet e ouvir o rádio para encontramos diversos profissionais de saúde falando brilhantemente sobre hipertensão, obesidade, diabetes, câncer, sedentarismo, depressão, tabagismo, alcoolismo, drogas…
Mesmo com tanta informação de boa qualidade e com o avanço vertiginoso da ciência e da tecnologia, o que ainda nos impede de cuidarmos de nosso corpo e nossa mente? Por que não conseguimos seguir as receitas mágicas de revistas e programas de TV? Como você consegue e eu não consigo?
Quando adolescente, meu médico foi bem objetivo: comece a se movimentar e comer direito, pois você está quase se tornando um garoto obeso. Foi muito difícil foi ouvir aquilo: ou eu mudava, ou iria sofrer com aquilo por muitos anos. A saída da zona de conforto me assustava. Deixar de ficar à tarde deitado, comendo e assistindo TV? O que seria de mim sem a internet?
Depois daquela chamada, comecei a observar mais as pessoas, enumerar quais eram as características principais de uma pessoa saudável, passei a deixar de aceitar a situação constrangedora de receber dezenas de apelidos que um garoto com sobrepeso nada gostava. Enfim, aceitei o fato de que alguma coisa precisava ser feita.
Desde então, a atividade física passou a assumir uma importância ímpar em minha vida. Importância essa que me fez assumir um papel e uma missão desafiadora, mas muito recompensadora. Pense a respeito de como cuidamos de toda essa “máquina engenhosa” que é nosso corpo.
Reflita sobre a sobrecarga que aplicamos a ela diariamente, seja pelo estresse cotidiano (trânsito, excesso de trabalho, distúrbios do sono, intolerância, discussões), ou pela despreocupação com a saúde (alimentação pobre, falta de treino, fumo).
Nosso corpo responde de alguma maneira às agressões que aplicamos a ele. Sinais são enviados constantemente, porém temos muita dificuldade em entendê-los, e na maioria das vezes fingimos que eles não existem. Uma analogia relevante é a resposta da natureza perante às agressões e à despreocupação total do homem.
Aquecimento global e escassez de água são respostas da natureza, enquanto resfriados, colesterol alto, hipertensão, obesidade, diabetes e câncer são algumas das centenas de reações que nosso organismo desencadeia.
A partir de agora, pense um pouco melhor antes de fugir ao se deparar com assuntos relacionados à saúde. Tenho certeza de que essa atitude será muito mais recompensadora e você dirá para si: “Por que não pensei nisso antes?”.
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