Onda só no mar; na corrida, não curto. Porém, não quero dizer que não sejam necessárias. São, no cenário atual, obrigatórias. Para quem não sabe, as ondas foram criadas em provas que reúnem dezenas de milhares de corredores. Então, escalonar a largada por grupos que largam geralmente com diferença de 10 minutos entre si foi a solução encontrada para que os quilômetros iniciais sejam feitos correndo, e não andando.
Cheguei a largar duas vezes na Maratona de Nova York com 32 mil pessoas, sem ondas. Algo impensável hoje, com seus 50 mil participantes. Como gosto de correr maratona de asfalto olhando o relógio, eu implico com as ondas. Não pela largada, mas, sim, pela chegada. Explico: é só olharem a foto. Corri essa Nova York com 2h58min20s e cheguei, entre líquido e bruto, com cerca de 10 segundos de diferença. Se fosse hoje, com as largadas em ondas, minha foto estaria com suas 3h08min20s.
Seria, como sempre falo, “a foto que não prova nada”. Imagine toda vez ter que explicar para aquele seu cunhado que sua suada sub 3 horas, a performance da sua vida, é, sim, 2h58min e não 3h08min, e receber como resposta um: “Ué, mas aí está mostrando 3h08”. Nada contra cunhados, diga-se de passagem.
A solução que encontrei e que desconheço qualquer organizadora mundial que esteja fazendo (me corrijam se estiver errado) é colocar relógios com o tempo bruto de cada onda na chegada. Assim, iria amar as ondas como os surfistas as amam.
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