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A ideia de percorrer a Route 66 me ocorreu há 18 anos, só não imaginava que seria de bike. Como sou fotografa e já tinha produzido uma websérie do Caminho de Santiago de Compostela de bike, resolvi que faria um documentário sobre ela, resgatando sua história e mostrando o seu estado atual, suas personalidades, atrativos e cultura local. Além da viabilidade (senão complexidade) de percorrê-la pedalando uma média de 120 km por dia. Assim, pedalando na lendária Route 66, foram 8 estados, 217 cidades, 3 fusos horários, alguns parques como o Grand Canyon, Monument Valley, muitos perrengues e histórias.
Pedalar pela Route 66 foi diferente que qualquer outra viagem que eu tenha feito. Foi um tapa na cara e um chute no estômago. Dias amargos, outros suados e azedos, alguns doces com canela ou panquecas com Maple Sirup. Na maioria das vezes com muita farinha branca. Acho até que engordei nos últimos dias. Uma fome que você não acredita de onde vem. Surreal! Você come muito e mesmo assim continua a comer doce e salgado, salgado e doce. Muitas vezes mistura os dois juntos e não pára nunca!
Dias solitários ao som egoísta do vento que fazia a maior balada em meus ouvidos, me deixando completamente surda, além de criar uma enorme resistência em minhas pedaladas. O infinito da estrada testando minha resiliência, e a paisagem à sutileza da minha percepção.
Mas então por que as pessoas ainda se sentem tão fascinadas pela Route 66, se ela é apenas um pedaço de asfalto mal conservado? Talvez assim como eu, por um breve momento, viver um pouco do sonho dourado, poder me sentir parte de um filme. Onde o produto desejado é a liberdade selvagem, as paisagens infinitas, sendo guiada pelo concreto da rota, e aquele sopro de liberdade e rebeldia que começa em Chicago, passa pelo deserto e acaba no píer de Santa Monica, onde a estrada termina… Foi uma honra pedalar na Route 66.
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