Falar sobre nutrição esportiva é bastante controverso, visto que cada um tem suas preferências. Um grande exemplo sãos os irmãos triatletas Alistair e Jonathan Brownlee, que revelaram tomar leite com cereal, torradas com manteiga e pasta de avelãs no café da manhã. Isso mesmo, ele consome glúten, lactose, açúcar refinado e gordura saturada. Tenho certeza de que nenhum nutricionista ou nutrólogo prescreveria essa dieta. Mas também estou certo de que os Brownlee já testaram diversas dietas e escolheu essa por se sentirem melhor. Esses ingredientes fazem mal? Para algumas pessoas sim; para outras, não. Neste texto, vamos falar da periodização de carboidratos, uma estratégia que consegue melhorar a performance de atletas, amadores ou não. Nela, o indivíduo permanece um período com baixa ingestão de carboidratos, seguido de um período de “reposição” adequada.
Cada pessoa tem uma capacidade diferente para queimar gordura, que irá depender muito da parte genética. Quando restringimos o carboidrato na dieta, o corpo precisa se adaptar para aumentar a queima de gordura. Isso vai compensar a falta de carboidratos e liberar a energia necessária. Entretanto, é esperada uma grande queda de rendimento, já que o carboidrato é uma energia rapidamente ofertada ao corpo. Em contrapartida, a produção de ácido lático será menor, beneficiando o atleta para futuros treinos (porém não vamos entrar nos detalhes dessa situação). Além disso, a queda do rendimento vai diminuindo a cada ciclo, pois o corpo sempre irá se adaptar.
Suponhamos que um indivíduo seja capaz de queimar 1 g de gordura por quilograma de peso. Depois do primeiro ciclo de restrição de carboidratos, ele aumenta sua capacidade de queimar gordura, que é medida por meio de calorimetria indireta.
Esse mesmo atleta fica mais três semanas (um exemplo variável) consumindo uma quantidade muito baixa de carboidratos. Passado o período low carb, vem o high carb. O atleta experimentará o aumento do seu desempenho no início da periodização dos carboidratos, pois agora pode queimar mais gordura, produzir mais energia e melhorar a sua performance, graças à energia rápida dos carboidratos. Porém, se ele mantiver o consumo de carboidratos por um período prolongado, perderá a capacidade de queima de gordura.
O objetivo, portanto, é não deixar o corpo se acomodar e sempre impor situações que exijam adaptação. É importante conversar com o treinador ou especialista em nutrição para avaliar o melhor momento para iniciar o ciclo.
Vale lembrar que estamos falando de atletas (amadores ou não) com necessidades e reações. Existem pessoas que seguem “eternamente” a baixa ingestão de carboidratos — e se você se sentir bem com ela, está tudo bem — desde que ingira as quantidades mínimas de vitaminas, minerais, etc. Não existe a melhor dieta, mas a melhor dieta para cada pessoa. Tenho prescrito ciclos de carboidratos para amadores com excelentes resultados. É uma opção para quem almeja uma vaga na Maratona de Boston ou no Mundial de Ironman em Kona.
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