Muitos corredores de longas distâncias ainda se perguntam qual a finalidade dos treinos de tiro, uma vez que eles parecem ir contra o que eles realmente querem: longas distâncias. Mas afinal, por que tanto se fala nesse tipo de treino e por que ele é tão milagroso assim, beneficiando inclusive maratonistas amadores?
Antes de tudo, é importante lembrar que existem basicamente dois tipos de tiros: longos e curtos. Os longos podem chegar aos 1.000m (ou mais!) e os curtos podem ser a partir de 50m. Também existem alguns tipos diferentes de corredores: os de provas curtas, os de provas longas, corredores de montanha, de rua, de subidas e descidas, leves e rápidos, pesados e resistentes, entre tantos outros. Mas seja qual for o tipo de corredor ou de corrida, os tiros serão sempre bem-vindos.
Treinar tiro significa estipular uma distância e percorrê-la em um menor espaço de tempo possível (ou muito próximo disso). Quanto menor for a distância, mais rápida deverá ser a sua velocidade; quanto maior a distância, mais devagar, porém, sempre mais rápido do que você correria em uma prova ou um treino de rodagem (corrida em sua zona de conforto).
De modo geral, quando precisamos aumentar nossa velocidade, precisamos necessariamente fazer mais força ou aumentar a frequência dos movimentos, ou ambos. Isso exige mais energia, mais sangue e mais oxigênio para os músculos. Por isso, ficamos exaustos ao término de uma sequência de tiros. É como se usássemos todo o nosso tanque de combustível. Até parece um desastre para o corpo, mas os resultados chegam futuramente.
Nos treinos seguintes (logicamente após um período de descanso adequado), a sensação será sempre a mesma: esgotamento, mas com certeza a pessoa notará que a velocidade vai aumentando, que as pernas respondem melhor e a recuperação entre um tiro e outro se torna mais rápida.
Isto acontece pois os mecanismos de aporte de sangue (e, consequentemente, de transporte de energia e oxigênio) aos músculos e as trocas gasosas pelos pulmões (retirada do gás carbônico e absorção do oxigênio) se tornam mais eficientes.
Outro aspecto é em relação à nossa mecânica. Quando treinamos tiros, exigimos mais força e, para isso, um número maior de fibras musculares é recrutada. Além disso, na maioria das pessoas as articulações são mais movimentadas, distribuindo a força em amplitudes maiores de movimento. Ou seja, a pessoa passa a usar uma maior capacidade muscular e articular, aumentando a eficiência dessas duas estruturas.
Finalmente, junte tudo isso e coloque em uma prova, seja ela curta ou longa. A pessoa aproveitará melhor o oxigênio do ar, distribuirá mais facilmente os líquidos e alimentos que ingerir durante a corrida, conseguirá dar sprints nas partes planas ou até mesmo manter o ritmo nas subidas sem se desgastar demais.
Em suma, a teoria é bem simples: treinar forte para correr leve. O objetivo não precisa ser de terminar uma prova mais rápido – pode ser para terminá-la bem, sem sofrimentos. Lembre-se de aquecer bem antes do tiros, trotar ou caminhar rápido entre eles e depois desaquecer ao fim do treino. Uma sugestão é começar com 5 tiros de 400m. Futuramente, pode aumentar a quantidade, modificar a distância e intensidade deles.
Escute sempre o seu corpo, tenha cuidado e, acima de tudo, divirta-se!
Observação: treinos de tiro exigem muito não somente dos músculos das pernas, mas principalmente de um músculo que fica no lado esquerdo do peito: o coração. Por isso, sugiro que verifique sua zona de segurança com o seu médico, caso tenha alguma predisposição a ter problemas cardíacos.
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