Parece bobagem, mas saber responder ao título deste artigo é tão importante quanto saber identificar se o seu corpo está aquecido e pronto para iniciar uma corrida ou treino mais puxado. Você pode até não sentir um cansaço, mas certamente deve sentir que existem alguns músculos que são mais recrutados que outros e saber identificá-los ajuda muito a avaliar sua corrida e até prevenir algumas lesões.
Por isso, segue abaixo uma lista dos principais grupos musculares, com um panorama geral das características de quem os utiliza com maior intensidade na corrida:
– Músculos anteriores da coxa: são os mais fáceis de sentir, pelo tamanho e força. É praticamente impossível correr sem usá-los consideravelmente. Possuem a função de esticar o joelho ou mantê-lo esticado (isometria), servindo como amortecedor na fase de apoio, principalmente em descidas, além de seu componente impulsor (estica o joelho na fase de retirada do pé de apoio). Sentir esses músculos sendo mais trabalhados que os demais é o mais comum e não indica nenhum problema, a não ser que eles entrem em fadiga muito rapidamente;
– Panturrilhas: também são bem fáceis de identificar pelo seu tamanho, força e demanda durante a corrida, que variam conforme o estilo. São bem utilizadas em pessoas que tendem a correr mais afastadas do chão, ou seja, saltitando, realizando movimentos verticais em maiores amplitudes, ou que correm inclinadas para frente e por isso elas são muito recrutadas durante as subidas. Pessoas que mesmo treinando no plano sentem muito mais estes músculos do que os demais geralmente os utilizam também como principal impulsor horizontal, dando uma demanda dupla ou tripla, fazendo papel de outros músculos, como os glúteos;
– Glúteo: é o principal impulsor horizontal, responsável em nos empurrar para frente, levando as coxas para trás. Ele é bem mais curto em relação aos demais, mas é extremamente potente. Infelizmente, poucos sabem utilizá-lo da forma correta por uma questão de hábitos posturais no cotidiano. Mas aqueles que sabem evitam tensões aumentadas no quadril, joelho e panturrilhas. (para mais detalhes, vale a pena ler o artigo “Glúteos para tudo e todos”.
Agora, segue outra lista, de músculos que também fazem parte da corrida, mas então em segundo plano e que raramente deveriam ser os principais a serem trabalhados, podendo levar a algumas lesões bem comuns:
– Posteriores da coxa: fazem a flexão do joelho, dobrando-os para trás enquanto estamos tirando o pé do chão e também auxiliam na estabilidade do joelho na fase de apoio. Possuem uma demanda bem mais baixa em relação aos demais. Sentir este grupo mais exercitado que os outros pode significar uma alteração no mecanismo de impulsão ou algum tipo de instabilidade no quadril. Existem pessoas que fazem força para empurrar o chão para trás tentando dobrar o joelho, exigindo demais estes músculos por falta de uso dos glúteos e panturrilhas. Mas o principal fator é uma fraqueza de músculos do quadril, que sobrecarregam outros músculos como tentativa de equilibrar e estabilizar esta articulação;
– Sola dos pés: existem vários pequenos músculos nos pés que servem de estabilização e fixação, fornecendo informações ao nosso cérebro a respeito do terreno. Se estes músculos estiverem fracos, nosso corpo perde um pouco da confiança no apoio e acaba sobrecarregando outros músculos para cima, como as panturrilhas. Por outro lado, existem casos onde eles fazem força demais, de modo a fazer a função da panturrilha e de outros músculos impulsores, gerando sobrecargas altíssimas, seguidas de lesões incapacitantes. (leia o artigo “Os pequenos músculos dos pés”);
– Músculos das costas: possuem apenas a função de estabilizar nossa coluna e gerar pequenos movimentos durante a corrida, como os de rotação. Existem pessoas que exageram nestes movimentos, além de correr empurrando a barriga para frente, usando estes músculos para se impulsionar. Isso gera uma demanda desnecessária na coluna, levando a dores ao final de treinos, seguidas de fraqueza nas pernas e dores no nervo ciático (decorrentes de problemas na lombar). As causas geralmente estão relacionadas à técnica de corrida e, consequentemente, do pouco uso de outros músculos inferiores.
– Músculos do pescoço: Não possuem relação direta com a corrida, mas muitos sentem uma queimação durante ou ao final das atividades. Não estão relacionados com movimentos, mas sim com a falta de estabilidade nos ombros ou mesmo na coluna cervical (pescoço), sensibilizando os nervos que passam por esta região, gerando aumento da contração, trazendo desconfortos musculares.
O fato é que todos esses músculos foram feitos para serem utilizados na corrida, mas cada um em sua intensidade e função, em equilíbrio com os demais. Erros de técnica, problemas posturais, calçados inadequados, alimentação desregrada e desequilíbrios emocionais geralmente causam desarmonias que refletem no uso de mais ou de menos de alguns grupos musculares. Mas sendo sincero: é quase impossível chegar a esse equilíbrio. O importante é sentir seu corpo e mantê-lo dentro de uma margem segura, mesmo que sentindo apenas um músculo sendo trabalhado, mas sem desconfortos.
Agora, tente prestar atenção nisso tudo no seu próximo treino!
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