Muitos corredores costumam se comparar em relação à distância média semanal percorrida nos treinos. Independentemente da velocidade ou do tipo de treino, o volume de treinos parece ser sempre um dos critérios para classificar alguns corredores. Mas a questão mais importante deveria ser: quanto devemos correr durante a semana?
Obviamente, depende do propósito de cada um. Se uma pessoa pretende correr uma ultramaratona, ela precisa condicionar seus músculos a ficarem resistentes e, por isso, certamente terá um volume maior de treinos em relação a uma pessoa que pretende apenas terminar uma prova de 10k, sem se importar com o tempo.
A verdade é que acompanhando centenas de pessoas a partir do aplicativo de corrida que costumo usar (Strava), observo que não existe um padrão em relação ao volume de treinos semanais. Existem os extremos, que chegam a correr quase 200k semanais, e os que correm no máximo 60k para participar de uma mesma prova (comparei pessoas que fizeram uma maratona), concluindo com tempos semelhantes.
A explicação é simples: não existem pessoas idênticas. Mas isso não se limita apenas nas questões física e fisiológica. Existem pessoas mais inseguras, que precisam treinar muito mais do que o necessário para terem a certeza que estão prontas para uma prova. Também tem as precavidas, que se preparam para situações adversas (chuva forte, frio ou calor excessivo, vento, etc.).
Outras, são motivadas por desafios pessoais constantes. Algumas precisam extravasar os problemas diários e correm até a exaustão. E, por fim, existem as pessoas competitivas, que se esforçam para se manter acima das outras em desafios e rankings dos próprios aplicativos, treinando bastante independentemente de alguma prova ou objetivo que não seja o de ver seu nome no topo da lista.
Para encontrar o seu volume ideal para um determinado tipo de prova, é importante fazer testes. Por isso, existem as provas e os treinos específicos. Cada prova deve ser um aprendizado sobre os pontos que você deve melhorar.
Além disso, é importante dosar e distribuir bem os dias de descanso e treinos paralelos (por exemplo, a musculação). Eles interferem diretamente na quantidade de quilômetros rodados. Neste ponto, sempre lembro da importância de um educador físico que te conheça e te oriente.
Agora, para saber um volume ideal para você, para sua vida, independentemente de prova ou desafio, saiba que a receita é simples: é aquele em que você se sente bem. Se passar do ponto, vai sentir. Se faltar um pouco, também vai sentir. Mas saiba que de uma semana para outra esse “ideal” pode mudar. Afinal, não somos robôs.
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