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O que acontece com um corredor que se machuca

Atualizado em 02 de janeiro de 2018
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Já estamos no meio de setembro. Muitas provas importantes já se passaram, mas outras ainda estão por vir e nesse período é bem comum atletas sentirem desconfortos, cansaço e até mesmo sofrerem com uma lesão na corrida por conta do acúmulo de treinos. Não que isso seja algo normal e deva fazer parte da rotina (jamais!), mas quando aparece gera diversas alterações no corpo que podem ser amenizadas apenas sabendo que elas ocorrem.

A primeira coisa que acontece é um aumento na tensão muscular geral, pois faz parte do mecanismo de defesa involuntário contrair-se para tentar se proteger, como se estivéssemos reforçando nossa armadura. Na verdade, é uma consequência do medo gerado após uma lesão. Nosso corpo se sente mais vulnerável e por isso fica mais rígido.

Como uma consequência deste primeiro fator, tendemos a reduzir nossa flexibilidade, realizando movimentos menos amplos, principalmente no entorno da região lesionada, comprometendo nitidamente nosso desempenho físico no dia a dia.

 

 

Com esse quadro já instaurado, estruturas que passam por entre os músculos esqueléticos são mais comprimidas do que o normal, afetando o funcionamento de várias delas, como vasos sanguíneos, vasos linfáticos, nervos e até mesmo outros músculos menores.

O resultado de tudo isso é um corpo mais rígido, menos lubrificado, com células menos nutridas e mais inflamadas, gerando quadros como estresse, redução da qualidade de sono, retenção de líquidos, ganho de peso e, para piorar, dores secundárias.

É possível notar esse quadro em qualquer tipo de lesão na corrida (ou fora dela). Da mais grave à mais leve. Basta existir um desconforto durante qualquer treino que a pessoa está sujeita a esse cenário. Mas muitas vezes a reação depende da mente do atleta. Uma pessoa que está acostumada com lesões certamente encara isso tudo com mais naturalidade e tende a sofrer menos do que quem se machuca pela primeira vez.

Portanto, se você se lesionou, basta agora compreender as reações naturais do seu organismo e deixar que ele vá ganhando confiança aos poucos, conforme a lesão vai melhorando e o medo vai diminuindo. Não adianta insistir nos treinos que te machucam. Afinal, uma hora o corpo vai te dizer de uma forma bem dura que não está gostando do que você está fazendo com ele.

A sugestão é fazer uma reflexão sobre a intensidade e volume dos seus últimos meses, semanas e dias de treinos, e ver se precisa de um descanso. Se a lesão na corrida for pontual, procure por profissionais indicados por pessoas de sua confiança. A maioria das lesões, se tratadas corretamente (alguns tratamentos podem ser apenas um repouso no momento certo!), são totalmente curáveis, sem comprometer seu rendimento e evolução em qualquer modalidade.

Por último, cuide da sua mente. A cabeça no lugar é uma forte ferramenta para um bom prognóstico. Deixe a ansiedade fora da equação, entenda que as vezes é preciso deixar os treinos que tanto gosta de lado temporariamente. Uma sugestão é ocupar o tempo que você usava para treinar com outras coisas que te dão prazer (às vezes são atividades que há muito tempo não faz).

Ou seja: preserve o corpo e a mente que o resultado raramente será diferente de um motor recém-revisado, pronto para ser acelerado novamente.

Bons treinos e boa recuperação (para quem precisa)!