“Apimentar a relação” é uma expressão já meio antiga, acredito que dos anos 1970, ligada aos relacionamentos conjugais. O importante, aqui, é afirmar que eu acredito que, embora seja complexo apimentar a relação conjugal, é perfeitamente possível apimentar sua vontade de correr.
Quem corre há muitos anos já percebeu que correr pode se tornar algo chato. Não estou falando da endorfina gostosa do final dos treinos ou da sensação de dever cumprido ao zerar uma planilha. Essas são coisas que serão sempre boas, sempre gratificantes, mas não é disso que se trata. Estou falando de acordar cedo para treinar num dia gelado, de uma ladeira interminável, das contusões que vivem nos perseguindo.
Essas coisas podem se transformar em veneno para os corredores — especialmente os que treinam sozinhos. Não precisa ser assim e jamais deveria ser assim, mas, para muitas pessoas, correr é um ato solitário. Treinar com uma assessoria ou simplesmente fazer tantos amigos quanto possível no parque, na praia ou nos centros de treinamento são as melhores receitas contra a monotonia. No entanto, mesmo no caso daqueles corredores ermitões, que não abrem mão da solidão, há maneiras de manter viva a chama da paixão pela corrida.
Eu não sou psicólogo do esporte nem tenho pretensões de ser guru de corrida, mas tenho algumas dicas para os que desejam fugir do lado chato do nosso esporte. A primeira delas, como já disse, é fazer dos treinos uma oportunidade para reencontrar velhos amigos e fazer novos. A segunda, especialmente se você se recusar a seguir a primeira, é variar os locais e os tipos de treino.
Procure não ser aquele pobre coitado que todo dia dá 30 voltas na mesma quadra do condomínio. Há muitas trilhas, ladeiras, ruas, pistas e até escadarias em todas as grandes cidades do Brasil, de forma que dá para montar um programa de treinos variado e em diferentes locais. Sair correndo de casa é legal, mas às vezes dirigir 15 minutos antes de fazer um treino inesquecível vale muito mais a pena.
Outra coisa que pode funcionar para dar a tal apimentada é um equipamento novo: um relógio com novas funções, um tênis com novo sistema de amortecimento, um novo aplicativo de acompanhamento de trajetos de treino, treinar com música ou ouvindo podcasts, tudo isso ajuda. Além dessas dicas, mudar o objetivo do treinamento também pode ser uma arma poderosa para manter a sua vontade de correr.
Que tal treinar para uma prova de cross country? Já pensou numa maratona de revezamento? E o que dizer daquelas provas de 5, 10, 21 e 42 km, em dias consecutivos, na Disney? E o biathlon? Triathlon? Ultramaratona? Por que não? Como dizia a Dilma, o negócio é não ter meta — e toda vez que atingirmos a meta, a gente muda a meta. A vontade de correr é uma chama difícil de se manter acesa, e sem pimenta não há endorfina que sirva de recompensa.
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