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Muitas pessoas já devem ter ouvido histórias de conhecidos que começaram a correr e o intestino ficou mais regulado, mais solto ou até mesmo mais preso e que provavelmente associaram isso às substâncias liberadas pela atividade física, hidratação ou desidratação, melhora na alimentação, redução do estresse e tensões musculares, etc. Com toda certeza estes fatores interferem bastante, mas tem um em especial que poucos conhecem na relação do intestino com a corrida.
Anatomicamente o intestino está na região abdominal, limitado em um espaço abaixo das costelas e acima da bacia e é envolvido por várias membranas que se juntam e são fixadas na nossa coluna. Esta membrana é que sustenta e mantém toda a víscera no lugar, com formato semelhante ao nosso cérebro.
Pelo seu tamanho e sua localização, o intestino está em contato com diversos músculos utilizados durante a corrida, como os abdominais, os das costas, flexores de quadril (responsáveis em levantar a nossa coxa para frente) e estabilizadores da bacia. Além disso, também interfere indiretamente no funcionamento dos músculos respiratórios, como o diafragma.
É importante lembrar que a maioria dos músculos de nossos membros inferiores são controlados por nervos que nascem em nossa coluna lombar. E é justamente nesta região da coluna que a maioria das membranas que sustentam o intestino estão fixadas. Além disso, é na coluna lombar que passam alguns dos nervos que controlam o funcionamento desta víscera.
Agora, com toda esta informação, fica mais fácil de entender a relação do intestino com a corrida e vice-versa, afinal, usamos músculos e movimentos associados a ele, repetidas vezes, com intensidades diferentes, além é claro, da oscilação tridimensional gerada em toda a sua estrutura.
Quando alguém possui uma técnica errada de corrida e passa a sobrecarregar alguns músculos como os da lombar e do quadril, acaba gerando um processo inflamatório que pode, ao longo do tempo e da intensidade, chegar nas membranas e outras estruturas associadas ao intestino, afetando-o de alguma forma.
Muitas vezes esta víscera não sofre nenhuma alteração que gere mudanças na frequência ou consistência das fezes, mas se for constantemente agredida, suas membranas podem ficar mais rígidas, tracionando outras estruturas vizinhas.
Isso gera pontos de tensão de dentro para fora do corpo, resultando em alterações posturais (um bom exemplo são as pessoas que correm com a bacia “encaixada” para trás – não que isso seja uma regra!) ou sobrecargas em músculos, tendões e articulações, tratadas com muita dificuldade pelos métodos convencionais (uma boa sugestão é a osteopatia).
Por conta dessa estreita relação do intestino com a corrida, é muito importante cuidar não apenas da alimentação, mas também da biomecânica durante a corrida, para não desagradar uma das vísceras mais curiosas do corpo humano!
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