Terminado o  exercício físico, o organismo permanece mais ativo em comparação aos valores metabólicos do repouso. Isso se torna importante na medida em que se espera um gasto energético aumentado, principalmente em programas em que a perda de gordura corporal tem preocupação central.

Todo esse interesse na redução deve-se ao fato de a obesidade ser considerada, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), um problema de saúde pública (WHO, 2000). Assim, o consumo de oxigênio não retorna aos valores de repouso imediatamente após o término do esforço, apresentando um comportamento exponencial. Estudos vêm mostrando que o consumo excessivo de oxigênio após o exercício (EPOC) pode perdurar por muitas horas (Bahr, Sejersted, 1991; Schuenke et al., 2002) e o exercício contribui para o gasto energético não apenas na atividade que foi realizada, mas também nos momentos da recuperação.

O EPOC consiste em um componente rápido e um componente prolongado, que também é conhecido como lento, e a taxa metabólica permanece elevada em relação aos valores de repouso, para que o organismo retorne ao seu estado de equilíbrio. O componente rápido do EPOC ocorre, muitas vezes, em 1 hora (Bahr, Sejersted, 1991). E o componente lento, por horas e, não raras vezes, por dias, quando o exercício executado foi de grande magnitude, como uma maratona (Bahr et al., 1987).

Dessa forma, incorpora-se uma importante discussão, na medida em que o volume e a intensidade do esforço realizado influenciarão uma maior ou menor exigência do EPOC, até por que o principal substrato energético utilizado, nesse momento, é a gordura. Para Bahr et al. (1987), o EPOC aumenta linearmente com a duração do exercício, porém, para Gore, Withers (1990), a intensidade do exercício parece afetar tanto a magnitude, quanto a duração do EPOC. Por isso, o tema: O CONSUMO DE OXIGÊNIO PÓS EXERCÍCIO FÍSICO PROMOVE SIGNIFICANTE GASTO ENERGÉTICO. Independentemente dessas observações e do uso da gordura corporal durante e após os exercícios físicos, o importante é não ficar parado. Se você quer saúde, siga as recomendações do Colégio Americano de Medicina do Esporte. Realize 30 minutos de exercícios físicos aeróbios com intensidade moderada, em uma freqüência de cinco dias da semana ou mesmo com um tempo de 20 minutos em intensidades mais vigorosas, em três dias da semana (Haskell et al., 2007). Por outro lado, também é recomendada a prática de exercícios físicos com pesos para o desenvolvimento de força muscular (Pollock et al., 1998).

• Bahr R, Ingnes I, Vaage O, Sejersted OM, Newsholme EA. Effect of duration on excess. J Appl Physiol. v.62(2):p.485-90, 1987.

• Bahr R, Sejersted OM. Effect of feeding and fasting on excess postexercise oxygen consumption. J Appl Physiol. v.71(6):p.2088-93, 1991.

• Gore CJ, Withers RT. Effect of exercise intensity and duration on postexercise metabolism. J Appl Physiol. v.68(6):p.2362-8, 1990.

• Haskell WL, Lee IM, Pate RR, Powell KE, Blair SN, Franklin BA, Macera CA, Heath GW, Thompson PD, Bauman A. Physical activity and public health: updated recommendation for adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Med Sci Sports Exerc. v.39(8):p.1423-34,2007.

• Pollock ML, Gaesser GA, Butcher JD, Després JP, Dishman RK, Franklin BA, Garber CE. The recommended quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory and muscular fitness, and flexibility in healthy adults. Med Sci Sports Exerc.v.30(6):p.975-91,1998.

• Schuenke MD, Mikat RP, McBride JM. Effect of an acute of resistance exercise on excess post-exercise oxygen consumption: implications for body mass management. Eur J Appl Physiol. v.86(5):p.411-417, 2002.

• WHO (World Health Organization) 2000. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva: WHO; Technical Report Series, 894.