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Segurança na mobilidade

Tivemos há poucos dias, uma situação bem desagradável no Campus da USP, local onde muitas pessoas realizam, em especial aos sábados, suas atividades de lazer ou esportivas. No meio da manhã, um carro dirigido por um motorista embriagado atropelou cinco pessoas que corriam em sentido contrário da via, ocasionando a morte de um deles, inclusive. Aí, claro, o assunto do momento virou a segurança.

Seria normal, se soubéssemos que um acontecimento deste aconteceu na madrugada, no final de uma festa, o que normalmente acontece neste mesmo Campus, em virtude da movimentação agressiva e imprudentes dos que saem das festas, sem responsabilidade alguma, desorientados pela bebida consumida e outras coisas mais.

Mais normal seria se acontecesse com um grupo de ciclistas, pela forma com que eles acabam se colocando nas vias, normalmente em grupetos, em um espaço maior de ocupação na rua, e ainda, algumas vezes, no fluxo de carros, o que impossibilita a visualização da aproximação dos veículos. O ideal é ir sempre no sentido de trás para frente e em uma velocidade maior do que a das bikes. Uma vez  que o deslocamento do ar também é grande, a massa deslocada pelo veículo é bem maior do que a dos ciclistas e suas bicicletas.

Enfim, nos causou um momento (mais um) de reflexão, da nossa vulnerabilidade. Primeiro, como ser humano e o valor da vida. Segundo, sobre a incapacidade que temos perante algumas coisas que não deveriam simplesmente existir, como o abuso no volante. E terceiro, sobre as leis, que deveriam ser duras com os que as infringem. Comprovadamente, não existe fiscalização contínua e suficiente. Não existe e ponto.

O que nos resta é não desistir de lutar, usando exemplos como esse momento que passamos, para que eles (vítimas) não sejam esquecidas. Seja por meio de manifestações, reportagens ou auxílio do Ministério Público até que consigamos fazer valer nossos direitos. Entre todos eles, o de IR E VIR, o da ORDEM E SEGURANÇA PÚBLICA,  o da RESPONSABILIDADE DOS INFRATORES, e da política de EDUCAÇÃO, LAZER E CULTURA, entre tantos outros que se enquadrariam aqui, agora.

Quanto à bike, não precisamos ser repetitivos e lembrar que a atenção e responsabilidade é ao mesmo tempo individual e coletiva. Preservamos nossas vidas ao pedalar sempre com uma postura de segurança preventiva e defensiva. Isso deve ser mantido com a intenção de minimizarmos os riscos que continuarão a existir nesta atividade de grande prazer mas de alto risco também.

Ótimas pedaladas a todos vocês!

 

Ricardo Arap

É educador físico, especialista em treinamento desportivo e ciclismo, e diretor-técnico da Race Consultoria Esportiva. Atleta amador de ciclismo, tem em seu currículo 12 participações na Race Across America entre 1998 e 2016, sendo cinco em equipe e sete solo.

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Ricardo Arap

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