Shoe count Ironman Brasil 2017

Atualizado em 28 de julho de 2017
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O Ironman Brasil, realizado sempre no último final de semana do mês de maio, em Florianópolis, é um termômetro para fabricantes de materiais esportivos. Isso porque serve para saberem a preferência dos quase 2.200 atletas inscritos.

Abaixo disponibilizo o shoe count (contagem de tênis) da edição deste ano, divulgado recentemente pela Tri Sport, e o de 2016, estabelecendo um comparativo de quem subiu e quem desceu no ranking. 

 

 

ASICS
Segue na liderança do shoe count, mas a folga vem diminuindo. Os modelos da Asics continuam passando confiança com relação ao conforto e amortecimento, mas acredito que, com o retorno de algumas marcas ao mercado brasileiro e novos lançamentos dos principais concorrentes, a liderança da marca pode estar ameaçada em 2018.

ADIDAS
Em 2016 ela assumiu a 2ª colocação e, neste ano, reduziu bastante a diferença para a Asics. Uma das razões deste crescimento é a quantidade de argentinos competindo no Ironman Brasil, uma vez que a marca é referência por lá. Além deste fator, a Adidas vem lançado modelos confortáveis e macios, atraindo atletas que priorizam estas caracteristicas. Vale lembrar que a Adidas no Brasil nunca teve qualquer envolvimento com o triathlon, seja em provas de Ironman ou Ironman 70.3.

HOKA ONE ONE
Em 2013 apareceu pela primeira vez no show count com dois pares. Desde então a marca vem ganhando posições. Sua terceira colocação neste ano tem a ver com o fato de ter iniciado a operação no país em dezembro do ano passado e, principalmente, pelos modelos muito leves e confortáveis.

MIZUNO
Mesmo sendo a patrocinadora das provas de Ironman 70.3 e Ironman no Brasil, além de também patrocinar triatletas de longa distância, está longe da liderança do shoe count. No meu ponto de vista, este fator se deve ao fato de a marca ser extremamente conservadora com relação ao lançamento de novas tecnologias que deixariam seus modelos mais macios e leves.

A Mizuno terá de tirar “coelho da cartola” para buscar a liderança do show count nos próximos anos. Não sei se a estratégia de enviar pares de tênis para alguns atletas inscritos é a melhor escolha. Conversei com diversos atletas que ganahram tênis da Mizuno, mas na prova optaram por modelos mais macios e confortáveis.

NIKE
Desceu uma posição, mas ainda se mantém entre os top 5. Historicamente a Nike nunca esteve próxima do triathlon, principalmente no que diz respeito a eventos. Mas nos últimos 10 anos alguns modelos da marca evoluíram bastante tecnicamente e ainda houve aposta em modelos de performance. O fato de a Nike se manter entre os Top 5 sem ter qualquer ligação ou interesse no triathlon mostra a qualidade de seus produtos e a satisfação por parte dos triatletas que utilizam em treinos e competições.

NEW BALANCE
Muita gente associa a marca mais ao lifestyle do que ao running. A marca tem bons produtos, patrocina dois triatletas de peso que competem provas de Ironman (Sebastian Kienle e Mirinda Carfrae), mas aqui no Brasil não tem a visibilidade que merece. No caso do triathlon, atualmente a marca não apoia ou patrocina nenhum atleta profissional brasileiro que possa apoximar o público da marca.

SAUCONY
Este ano empatou com a New Balance dividindo a sexta colocação. Quem conhece a marca sabe da sua relação com o triathlon desde o final dos anos 80, patrocinando grandes nomes em todo o mundo, como Dave Scott, Paula Newby-Fraser, Luc Van Lierd, Jurgen Zack etc. Com o retorno da Saucony no Brasil a partir desde ano, é provável que a marca melhore algumas posições no shoe count.

SKECHERS
Nos últimos três anos alguns modelos de corrida da marca apresentaram uma melhora significativa com relação ao design e material, além de terem um bom custo-beneficio. Mantendo a qualidade dos produtos e fazendo ações ligadas ao triathlon, a Skechers irá figurar sempre no top 10.

NEWTON
Acredito que a tendência é que a marca perca posições não somente no shoe count do Ironman Brasil, mas também no mundial de Kona. Isto se deve ao fato de ser um tênis muito técnico – a maioria dos atletas não se adapta. Vendidos em algumas lojas Centauro, os produtos da marca têm preço alto considerando que são modelos da coleção anterior. Além disso, a marca vem passando por uma reestruturação e seu futuro é incerto.

BROOKS
A marca estará de volta ao mercado brasileiro e será vendida nas lojas Centauros. Os 27 pares utilizados por atletas no Ironman Brasil este ano certamente eram, na maior parte, de atletas estrangeiros. Pode ser que este número aumente nos próximos Ironman, porém não acredito que seja para figurar entre os top 4. Produtos para isso a marca tem, mas precisamos saber se os preços no Brasil serão competitivos e se algumas ações pontuais, principalmente envolvendo o público do triathlon, acontecerão.

UNDER ARMOUR
A Under Armour não tem uma ampla grade de modelos se comparada com as grandes marcas do mercado. Mas seus modelos funcionam bem. É provável que, dos 11 pares utilizados, a maioria seja de modelos de amortecimento. Vamos aguardar 2018 e analisar se a marca se manterá no top 10.

ON RUNNING
Empatada com a Under Armour na 10ª colocação, a certeza que temos é que 2 pares  foram utilizados pelo campeão da prova, o britânico Tim Don, e o segundo colocado, o sul-africano Kyle Buckingham. A marca suíça lançada em 2012 já tem boa visibilidade nos mercados americano e europeu. Ela tem forte atuação no triathlon, patrocinando grandes nomes além dos dois citados, como Javier Gomez, Frederik Van Lierse (Campeão do Ironman Havai 2013) e Rachel Joyce. No Brasil os modelos são vendidos nas lojas Track&Field, mas os valores dos tênis são altos considerando que quase ninguém conhece a marca. A On Running terá muito trabalho pela frente se realmente quiser aumentar sua presença no mercado brasileiro.

Vamos aguardar os resultados do shoe count do Campeonato Mundial do Ironman Havaí, que acontece podia 14 de outubro.