Há alguns anos, a moda dos tênis minimalistas veio para bagunçar um pouco a cabeça dos corredores quanto ao que fazer. Muitos aderiram 100% e outros esperaram pra ver o que a novidade causaria. Sua proposta é a de melhorar a biomecânica da corrida de rua, reduzindo o pico de impacto com o solo ao facilitar uma aterrissagem com o mediopé ou o antepé (parte da frente do pé).
Além disso, os tênis minimalistas ajudam no aumento da frequência da passada ao mesmo tempo que reduzem seu comprimento, o que teoricamente também reduz as forças de impacto, prevenindo lesão. Muitos corredores gostaram da ideia e, assim como eu, aderiram à moda.
No entanto, a literatura ainda é muito pobre a respeito dos reais benefícios desse tipo de calçado. Na semana passada, foi publicado no American Journal of Sports Medicine um artigo interrogando se tênis minimalistas são para todos.
No estudo, 61 corredores que habitualmente aterrissam com o retropé (calcanhar), sem histórico de lesão recente, foram aleatoriamente separados em 2 grupos: um que correria com tênis minimalistas e outro com tênis convencionais.
Foi montado um programa de treinamento com aumento de volume progressivo durante 26 semanas. Foi avaliada semanalmente a incidência de dor e lesões, assim como a relação delas com o peso do corredor e com o volume semanal de corrida.
Dos 31 que utilizaram tênis minimalistas, 16 tiveram lesões, enquanto 11 dos 30 que correram com tênis convencionais se machucaram. Essa diferença não teve importância estatística, mas outro dado chamou a atenção: quando o volume semanal ultrapassava 35km, a incidência de lesão aumentava, assim como quando a pessoa pesava mais que 72,4 kg. A taxa foi ainda maior quando o peso excedia 85,7 kg.
Podemos concluir, então, que tênis minimalistas não são para todos. Principalmente se você seja é corredor de retropé (calcanhar), eles devem ser inseridos com cuidado.
O autor recomenda que os tênis minimalistas sejam incluídos nos treinos aos poucos, intercalando com tênis convencionais e aumentando seu uso sem exceder 1,7 km a cada semana. Ele aconselha ainda que, caso a pessoa opte por correr exclusivamente com esse tipo de calçado, que não ultrapasse o volume semanal de 35 km. O autor finaliza dizendo que pessoas acima de 85,7 kg devem evitá-los.
Nem toda novidade é boa, e o que foi bom ontem, pode não ser amanhã. A ciência esta aí para que possamos provar, com estudos sérios, o que realmente é bom para nós, amantes das corridas.
Bons treinos e boas corridas!
Fonte: Body Mass and Weekly Training Distance Influence the Pain and Injuries Experienced by Runners Using Minimalist Shoes – AJSM 2017; pp. 1162–1170
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