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Vença o sedentarismo: entenda e prepare-se para encarar este vilão

No início da minha carreira, jamais pensei que precisaria dedicar tanto tempo ao sedentarismo. Era incrível passar horas estudando matérias como bioquímica, fisiologia, anatomia, biomecânica, nutrição e aprendizagem motora. Por mais assustadoras que pudessem parecer essas matérias, elas me faziam viajar e conhecer com riqueza o funcionamento da complexa máquina humana.

Por outro lado, matérias aparentemente mais simples como psicologia, história e antropologia não atraíam minha atenção e, acredito, nem a atenção de meus colegas de curso.

O enfoque na abordagem biológica é muito explorado pela mídia, pelos profissionais da área de saúde e por pesquisadores. Revistas, jornais, documentários etc. produzem diariamente matérias acerca dos efeitos do sedentarismo e dos benefícios da prática regular de atividade física sobre a saúde das pessoas.

Médicos, fisioterapeutas, educadores físicos e outros profissionais da saúde procuram desempenhar seus papéis por meio da intervenção mais próxima ao público, difundindo conhecimentos produzidos pela ciência sobre como combater a hipertensão, a diabetes, o colesterol alto, o tabagismo, a obesidade, a osteoporose e infinitos outros males.

Entender todos esses processos biológicos é imprescindível, contudo tem sido ignorado o entendimento dos processos humanos que nos fazem ficar em casa comendo exageradamente, passando horas em frente à televisão, dormindo durante todo o fim de semana ensolarado e acordando sem vontade para nada.

Por que, mesmo com tanta informação sobre suas causas, não conseguimos deixar o sedentarismo?

 

 

As respostas mais frequentes encontradas na literatura especializada apontam para os seus seguintes fatores causadores: falta de tempo, distância do local da atividade, condição financeira, falta de aptidão física e motora.
Será que eles são mesmo os verdadeiros vilões para uma vida sem movimento?

Dezenas de outros fatores que nunca são listados nessas pesquisas têm fundamental contribuição para o sedentarismo.

O sedentarismo se tornou uma questão de saúde pública no momento em que o homem precisou dedicar alguns minutos ou horas de seu dia para a prática de atividade física, pois sua rotina se resumiu em passar uma grande quantidade de horas aumentando a produtividade no trabalho com a redução do esforço físico e aquisição de maus hábitos alimentares. O tempo restante que deveria ser usado para a prática de atividade física acabou sendo usado para o descanso.

O grande obstáculo para uma vida saudável, sob meu ponto de vista, é a estagnação dentro da nossa zona de conforto que nos impede de realizarmos grandes feitos. A entrada nessa zona possui múltiplas origens, seja por meio de uma decepção no trabalho, um conflito conjugal, uma forte introversão, ou a soma desses e inúmeros outros conflitos.

Como podemos ver, estamos constantemente em guerra, existindo vencedores e perdedores, em um ambiente de muita tensão psicológica.

Existem algumas armas poderosas para nos ajudar nesta batalha:

Autoconhecimento
É importante entender quem de fato nós somos, quais são nossos valores e quais são nossos reais objetivos. Desenvolva competências e tenha clareza de nossos pontos fortes e fracos, quais são nossas oportunidades e ameaças.

Referência positiva
O estabelecimento de uma referência positiva é importante para nos estimular em momentos em que estamos mais desmotivados ou mesmo para um reforço positivo diário para a manutenção da motivação.

Experimente diversas modalidades
Precisamos conhecer e vivenciar diversas modalidades esportivas (corrida de rua, natação, musculação, esportes coletivos ou individuais, entre muitos outros) para definir aquelas que mais nos motivam e que nos farão treinar com prazer e regularidade.

Regularidade e disciplina
Esses dois fatores são fundamentais para que a atividade faça parte de nosso dia-a-dia e sua falta seja sentida caso não seja possível exercê-la.

Equipe de ponta
Todos nós devemos procurar o auxílio de profissionais capacitados para que a atividade seja segura e otimizada.

Nada do que eu escrevi até agora fará sentido sem a ação. Nenhuma ideia e planejamento se concretizam sem execução. Lembre-se sempre disso antes de optar em adiar o início da dieta e da prática de atividade física.

Ninguém agirá por você. Fortaleça seu exército e não demore muito tempo para começar a batalha. Por mais longa e difícil que esta seja, a vitória virá, e a sensação de missão cumprida certamente será emocionante e maravilhosa.

Rodrigo Lobo

Bacharel em Educação Física pela Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo; sócio-diretor da Lobo Assessoria Esportiva; palestrante de temas sobre qualidade de vida, treinamento esportivo e empreendedorismo; colunista do portal Ativo.com e colaborador de diversos portais e revistas esportivas; atleta amador de corrida de rua e triathlon e apaixonado pelo que faz.

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