O acroyoga tem feito sucesso no universo mais “zen”. Apesar de ser uma prática divertida, sempre em duplas, a técnica pega emprestada algumas características da tradição milenar, mas enfatiza as técnicas de acrobacia.
O intuito é que os praticantes consigam trocar de postura sem que a pessoa que está em cima (voador, como é chamado) coloque o pé no chão.
Para realizar a prática, são necessárias duas pessoas — a base e o voador. Em alguns casos, são necessárias três pessoas, quando é fundamental que alguém auxilie na segurança da dupla que está realizando a prática.
Andreza Gomide, formada pela Acroyoga International nos Estados Unidos conta que no “acro” é fundamental a confiança entre os praticantes.
“Sem a confiança, a pessoa parece pesar muito mais, e aí a prática não acontece”, explica.
Para fazer acroyoga, além de um parceiro apto e com muita vontade, a dupla necessita de um tapete de yoga (mat) e, em alguns casos, um suporte ou apoio para a região lombar.
Os benefícios psicológicos são os mais evidentes. Concentração, preparo psicológico e auxílio no controle da ansiedade são perceptíveis para os praticantes do acroyoga.
“Tem a ver com confiança e entrega. Essa conexão com a outra pessoa, a que está te tocando. Falta isso nas pessoas, a conexão olho com olho, de toque, cuidado com o outro. É a parte mais interessante”, explica Andreza.
Fisicamente, os ganhos são alongamento, força e definição muscular. “Tive vários alunos que não conseguiam alcançar a mão no joelho e agora conseguem tocar os pés”, relata a professora.
Segundo a especialista no assunto, o yoga é muito mais introspectivo. Ou seja, a prática é só você e seu tapetinho. A consciência corporal também é individual.
Já no acro, existe a preocupação de ter outra pessoa te sustentando. Exige responsabilidade, pois você precisa ter boa consciência de seu alinhamento corporal para se encaixar com seu par.
Outra grande diferença entre acroyoga e yoga são as transições das posições — no acro, a pessoa que está em cima não pode tocar o pé no chão.
“As semelhanças entre as práticas são as posturas, a própria postura da base, que a pessoa está deitada com as costas no chão e os pés apontados para o céu é uma postura do yoga”, comenta Andreza.
Para quem nunca fez uma aula de acro, Andreza costuma ensinar as posturas que serão feitas no chão, para a pessoa começar a compreender a força do próprio corpo. Então, a mesma postura feita no chão é executada em cima dos pés ou das mãos da pessoa (que no caso seria a base).
“Eu costumo começar com uma postura tradicional, que no yoga chamamos de gafanhoto, mas no acro chamamos de pássaro. Nela, os pés da base estão apoiados na região do quadril e ela está com o peito aberto”, explica.
Segundo a especialista, já nessa primeira postura a pessoa sente se tem medo ou em qual posição ela prefere ficar para depois evoluir na prática do acroyoga. “Ela cria coragem para experimentar o que é melhor e mais seguro para ela”, diz.
A grande questão é: todo mundo pode fazer? “O acroyoga é para todos”, garante a professora.
*Fonte: Andreza Gomide, professora de acroyoga.
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