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Há exatos 10 anos, quando eu era quase como um alienígena tanto no mercado de esportes como tecnologia, comecei construir o que é hoje o Grupo ativo, empresa com *quatro plataformas diferenciadas de serviços voltados para o universo esportivo, muitos deles pioneiros no Brasil do início dos anos 2000. Do computador do meu quarto – local de origem da maioria das companhias referências na web – apostava num sonho ousado para a época: ajudar a crescer no país do futebol a cultura do esporte participativo. Deu certo.
O estranhamento do mercado, que me colocava como o alienígena descrito acima, era justificável. Corredores, triatletas e ciclistas podiam ser contados. Assessorias Esportivas? Lembro-me de duas. Era um gueto. Já no criativo universo da Internet na época, as vedetes eram outras, como conteúdos informativos, plataformas de e-mail, salas de chats, coisas que são commodities hoje no mundo virtual. Unir tecnologia e esporte na web? Para muitos, o círculo simplesmente não se fechava.
Mas não foi uma aposta no escuro. Recuando um pouco mais no tempo, em 1998, eu tinha estado no lugar certo na hora certa. Eu cursava nesta época uma especialização em Marketing em San Diego, nos Estados Unidos, cidade que nasceu para abrigar atletas, tamanha sua vocação para oferecer ótimas condições para a prática de esportes. Eu já era triatleta e vivia essa cultura esportiva da cidade. Mas San Diego também era nada menos que o berço da revolução tecnológica da Internet. Um celeiro de start-ups, e essa coisa da “garagem” fascinava-me. Unir as duas coisas por lá fazia todo o sentido para mim.
Quando falamos em tecnologia uma década é muito, muito tempo. Contudo, mais do que sofisticação tecnológica para as ferramentas da Internet, creio que a grande revolução foi mesmo comportamental. Hoje não existem empresas fora da web. Naquela época existiam as empresas da web – que não sabíamos direito para onde iam – e as empresas do “mundo de tijolo”, termo muito usado para esta clara separação dos mundos.
Nesta época, quando eu queria me inscrever para uma prova de Triathlon ou Corrida era um processo trabalhoso, mesmo nos Estados Unidos. Eu fazia estágio na Revista Triathlete e sugeri então ao Diretor da publicação a criação de um anuário – impresso – com o calendário nacional de provas. Foi um sucesso. Estavam abertas as portas para a criação do active.com (que teve outros nomes antes deste definitivo), no qual minha idéia inicial era transferir o calendário do anuário para as páginas virtuais. Como as novidades surgiam literalmente da noite para o dia na área tecnológica, em pouco tempo havia ferramentas disponíveis que nos permitiram oferecer serviços absolutamente pioneiros para os esportistas, como inscrições on-line. Dinheiro para desenvolver boas idéias não era problema naquele período, e logo tive o suporte de uma venture capture que colocou 5 milhões de dólares no negócio em troca de 49% da empresa.
O Brasil não estava para trás na corrida do ouro do mundo digital, e vi oportunidades para replicar aqui o modelo que estava fazendo sucesso nos EUA. Para tentar encurtar uma história já longa, nascia o ativo.com. Um nome certeiro que transmite o DNA do nosso negócio. O objetivo era exatamente o mesmo: fazer a ponte entre os organizadores de eventos e os praticantes de esportes participativos, como Corrida, Triathlon e Ciclismo. Para o primeiro, oferecíamos ferramentas que facilitaram o crescimento de muitos negócios e, atualmente, são indispensáveis. Para os atletas, apresentávamos todo um pacote de serviços, como fotos, e acesso facilitado às informações antes inexistentes. Resultado: inclusão esportiva. O ativo.com é desde então líder absoluto em audiência no segmento, com mais de 7 milhões de page views.
Ao traçar essa linha do tempo é gratificante constatar como o mercado esportivo brasileiro evoluiu e cresceu nesta última década. Hoje temos provas de Triathlon com milhares de pessoas. Corridas com 20 mil competidores. E já falta dia para a realização de provas de rua em cidades como São Paulo. Os parques estão lotados de gente pedalando e correndo, e praticar esporte virou pré-requisito para bem-estar e qualidade de vida, a maior busca desta nova era.
O mundo mudou completamente para esportistas e os players deste segmento no Brasil de 2000 a 2010, entretanto, creio que a grande revolução ainda está por vir. Em 2016 teremos Olimpíadas no país, algo que poucos ousavam sonhar até pouco tempo atrás. O mercado já está se aquecendo e se alterando, as necessidades agora são outras, e aqui no Grupo ativo traçamos estratégias para estarmos à frente de novo. Estou certo que em 2020, na próxima retrospectiva de mais 10 anos de ativo.com, outro sonho terá sido realizado: o Brasil será um país de esportistas.
*O Grupo ativo é formado pelo portal ativo.com, pela agência Ativo Sports Marketing (ASM), ativo.tv e ativoclub.
Confira artigo anterior de Christian Kittler:
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