Provas muito exigentes como uma maratona levam o corpo humano ao limite, e depois de cruzar a linha de chegada, um longo período de descanso para recuperar as energias é necessário. Por isso, faz sentido que a imunidade de um atleta sofra recaída depois de uma longa corrida, certo? Essa hipótese era tida como verdadeira até um recente estudo da Universidade de Bath, no Reino Unido, concluir que, na verdade, exercícios longos e intensos podem ajudar o seu sistema imunológico.
Os cientistas se basearam em uma pesquisa dos anos 1980, que entrevistou diversos participantes da Maratona de Los Angeles: muitos entrevistados afirmaram ter sintomas de infecção nos dias que sucederam a prova, aumentando a crença popular de que a imunidade teria perdido sua eficiência após a corrida.
De acordo com os novos dados, o número de células brancas, responsáveis por combater infecções, aumenta em até dez vezes durante a atividade física. Na hora do repouso, entretanto, a sua porcentagem na corrente sanguínea tem uma queda vertiginosa que pode durar por horas. Os pesquisadores acreditam que essas células não morreram, elas apenas foram realocadas para regiões do corpo mais suscetíveis a sofrerem infecções – como o pulmão.
Estudos com animais comprovaram essa hipótese, confirmando que as células brancas estão trabalhando em outros órgãos. John Campbell, pesquisador do departamento de saúde da Universidade de Bath, já coloca isso como mais um benefício da atividade física, ao lado da importância na prevenção de doenças cardiovasculares, câncer e diabetes tipo 2: “Claramente, os benefícios do exercício, incluindo esportes de resistência, superam qualquer efeito negativo”.
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