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Vilão ou não? Como o colesterol age no seu corpo

Atualizado em 13 de fevereiro de 2019
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Geralmente, a palavra “colesterol” vem associada a uma série de fatores negativos, como obesidade, riscos à saúde e problemas cardíacos.

Embora parte dessa fama seja verdadeira, o colesterol nem sempre é o vilão que você imagina. Isso porque há dois tipos de colesterol: o bom e o ruim.

Outro erro é imaginar que o colesterol provém apenas de comidas gordurosas e prejudiciais à saúde.

Na verdade, o colesterol, além de ser produzido no nosso próprio corpo, é um tipo de gordura essencial para o bom funcionamento do organismo.

O motivo é que ele auxilia na produção de cortisol e desempenha função importante na regeneração das células.

Chamado de HDL (em inglês, high density lipoproteins), o colesterol bom junta o colesterol ruim que está presente nos vasos sanguíneos para eliminá-lo pelo fígado.

Já o colesterol ruim (e mais famoso) é o LDL (low density lipoprotein). Os problemas costumam surgir com o excesso de LDL no corpo.

O acúmulo de colesterol ruim provoca a formação de placas de gordura, que entopem vasos sanguíneos e artérias.

Essa obstrução nos vasos impede a passagem do oxigênio e dos nutrientes, levando a casos de infarto e derrame, entre outros problemas.

E como ficar longe dos problemas trazidos pelo LDL? Uma das possíveis saídas é praticar esportes.

“A atividade física ajuda a conseguir um HDL muito bom. Quando as pessoas são sedentárias e obesas, o HDL cai e o LDL sobe. A partir do momento em que elas ficam metabolicamente estáveis, há a tendência do HDL subir”, afirma Maria Fernanda Barca, doutora em endocrinologia pela Universidade de São Paulo (USP).

Excesso de peso, sedentarismo e má alimentação representam um atalho para elevar as taxas de colesterol – e, claro, para sofrer os danos decorrentes desse problema.

Colesterol ruim reina entre os brasileiros

A má alimentação e o sedentarismo estão castigando a população brasileira e aumentando os índices do colesterol ruim.

Uma pesquisa feita em 2018 pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) mostrou que os níveis elevados de colesterol atingem cerca de 40% da população. 850 pessoas foram consultadas durante a realização da pesquisa.

A faixa de idade mais crítica para a manifestação dos problemas decorrentes do colesterol vai dos 55 aos 64 anos.

Os níveis de colesterol são mais frequentes entre as mulheres (25,9%) do que entre os homens (18,8%).

Se os brasileiros administrassem diminuíssem o LDL em seus organismos, o número de ataques cardíacos cairia 57%.

Problema silencioso

De acordo com Maria Fernanda Barca, o xantoma, uma espécie de tumor benigno de pele, é uma manifestação aparente de algum distúrbio no metabolismo de lipídios, principalmente do colesterol.

São pequenas bolinhas amareladas que costumam surgir na região das pálpebras.

Em outros casos, o problema é mais silencioso, fazendo com que as pessoas só percebam a gravidade com dores no peito, falta de ar, palpitações e fadiga.

Má alimentação eleva o LDL e ajuda a formar placas de gordura que entopem artérias

De olho nos níveis de colesterol ruim

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) atualizou as Diretrizes de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, manual que agrupa sugestões para controlar o colesterol. A má notícia para os brasileiros é que os índices ficaram ainda mais rígidos. Veja:

LDL

Versão atual

  • Pessoas com risco baixo: abaixo de 130 mg/dl
  • Pessoas com risco intermediário: abaixo de 100 mg/dl
  • Pessoas com risco alto: abaixo de 70 mg/dl
  • Pessoas com risco muito alto: abaixo de 50 mg/dl

Versão antiga

  • Ótimo: abaixo de 100 mg/dl
  • Desejável: entre 100 e 129 mg/dl
  • Limítrofe: entre 130 e 159 mg/dl
  • Alto: entre 160 e 189 mg/dl
  • Muito alto: acima de 190 mg/dl
  • Pessoas com risco alto: abaixo de 70 mg/dl
  • Pessoas com risco intermediário: abaixo de 100 mg/dl

Colesterol total

Versão atual

  • Desejável: abaixo de 190 mg/dl

Versão antiga

  • Desejável: abaixo de 200 mg/dl
  • Limítrofe: entre 200 e 239 mg/dl
  • Alto: maior que 240 mg/dl

HDL

Versão atual

  • Desejável: acima de 40 mg/dl

Versão antiga

  • Desejável: acima de 60 mg/dl
  • Baixo: abaixo de 40 mg/dl