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Esteira ou transport? Eis o dilema. Apesar de os aparelhos apresentarem adaptações semelhantes, quando o assunto é a capacidade cardiovascular de pessoas que estão iniciando um programa de treino aeróbio, cada um tem suas particularidades. Fato é que hoje os dois são as máquinas aeróbias mais populares das academias. Mas qual escolher? Um é melhor do que o outro?
Transport ou esteira?
Quando se compara uma esteira a um elíptico, a constatação mais rápida e evidente é a de que os elípticos causam menos impacto sobre as articulações do que as esteiras, o que significa que eles são os aparelhos ideais para quem, por exemplo, está acima do peso ou se recupera de uma lesão.
Para que entenda, quando uma pessoa anda, o impacto sobre os joelhos é de aproximadamente duas vezes o seu peso do corpo, mas quando ela corre, pode ultrapassar três vezes o peso corporal. Pulando, o choque é ainda maior. É por isso que qualquer um que tenha dor nas articulações ou lesões articulares se beneficia mais do uso dos elípticos.
Por outro lado, o choque resultante do contato dos pés com a esteira ajuda a fortalecer os ossos, o que também é importante e pode trazer bons resultados para aqueles que não sentem dores nas articulações e que não estão se recuperando de uma lesão.
Calorias no transport
Outro ponto que os diferencia: gasto de calorias e aumento do VO2 máx. A esteira apresenta uma força de reação contra o solo bastante significativa, apesar dos seus sistemas de amortecimento que minimizam o impacto. Devido a essa característica, a queima calórica pode chegar a até 400 calorias em 30 minutos de atividade. O transport, por sua vez, pode atingir uma queima calórica de até 250 calorias no mesmo tempo, justamente por não existir força de reação.
Apenas por isso, a maior parte das pessoas certamente apostaria na esteira. Mas estudos da Universidade de Missouri-Columbia (EUA) mostram que a falta de impacto nas articulações permite queimar quase a mesma quantidade de calorias que a esteira, com a vantagem de que o usuário tem a sensação de que o esforço que ele está fazendo é menor. De acordo com a pesquisa, se uma pessoa quiser queimar exatamente as mesmas calorias que as eliminadas quando se usa a esteira, ela terá de ficar no elíptico (como o transport) 10% mais tempo.
Acontece mais ou menos o mesmo com o chamado VO2 máx., um parâmetro que indica a quantidade máxima de oxigênio consumido pelo corpo. Quanto maior o VO2 máx., mais condicionado você está e, portanto, mais oxigênio será transportado para os músculos.
Hábito eficiente
Os mesmos estudos mostram que as pessoas conseguem melhorar o seu VO2 máx. fazendo a modalidade de exercício que elas treinam mais. Como a maior parte das pessoas está acostumada a andar, trotar e correr, a esteira geralmente é o exercício mais natural para a maioria e elas conseguem queimar mais calorias porque se sentem confortáveis na atividade.
Mais: boa parte das pessoas tem problema de equilíbrio quando começa a se exercitar no transport e tende a segurar as barras do aparelho. Os resultados do estudo mostram que agarrar a barra reduz o VO2 (a porcentagem do VO2 máx., ou seja, a intensidade na qual uma pessoa se exercita) e o gasto calórico.
Por isso, para quem tem problema para se equilibrar, é recomendado segurar cada barra com apenas dois dedos de uma das mãos para reduzir esse efeito. Essa mudança simples na posição da mão faz uma tremenda diferença ao usar o transport.
Em tempo: uma das questões-chave quando se fala em exercício é o quanto você se mantém fiel a um treino ou aparelho. E isso está ligado à variedade. Quanto maiores as possibilidades de variar o treino, menores as chances de cair na monotonia e maiores as possibilidades de você continuar a se exercitar naquela máquina. Nesse quesito, o elíptico leva vantagem.
Transport: conclusão
Enquanto a esteira só permite regular inclinação e velocidade, o transport oferece a possibilidade de controlar intensidade, a opção de não usar as barras, permitindo focar o trabalho nos membros inferiores, e a de fazer o exercício no modo reverso, levando os pedais para trás, e não para frente. Ou seja, o transport oferece mais oportunidades de variar o treino.
(Fonte: David Silva, educador físico da Bodytech Aphaville – São Paulo)
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