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Também conhecida como Síndrome de Adônis, a vigorexia é um transtorno dismórfico corporal em que o portador cria uma autoimagem dissonante da realidade. É classificado no grupo dos transtornos obsessivo-compulsivos e dialoga muito com a anorexia, quadro mais frequentemente discutido nos meios de comunicação. Em ambos os casos, o paciente mostra uma insatisfação patológica com seu próprio corpo e lança mão de alternativas radicais para mudá-lo de alguma forma.
Todavia, enquanto o anoréxico se enxerga “gordinho”, grande demais para os padrões sociais e almeja perder o suposto sobrepeso, o vigoréxico busca sempre um corpo maior, mais forte e mais musculoso. Sua autoestima é abalada ao ver no espelho o reflexo de um sujeito magro e franzino.
Segundo o psicólogo Dr. Yuri Busin, a doença, diferentemente da anorexia, prevalece no sexo masculino e está associada a pessoas que praticam exercícios físicos regularmente. A busca pelo corpo perfeito pode evoluir para uma obsessão e a carga de treinamentos torna-se sucessivamente maior.
“Como a insatisfação é constante e o desejo por um físico ideal nunca é saciado, esses indivíduos têm tendência a desenvolverem quadros de ansiedade e depressão”, explica o psicólogo.
Frequentemente, atletas que apresentam esse transtorno recorrem a dietas ricas em proteínas, a suplementação sem acompanhamento profissional e até a anabolizantes e esteroides com intuito de alcançar os resultados almejados mais rapidamente.
O ininterrupto descontentamento pessoal acarreta no vigoréxico um complexo de inferioridade, com sua autoestima muitas vezes comprometida. Cansaço exacerbado, dores musculares e fadiga são frequentes devido à alta intensidade dos treinamentos.
Paralelamente, instauram-se insônia, perda de apetite e ritmo cardíaco acelerado mesmo em momentos de repouso.
Irritação constante e desinteresse são comuns: atividades que estão desvinculadas à prática esportiva perdem atratividade e os relacionamentos, afetivos ou familiares, são vistos como empecilhos na busca pelo corpo perfeito.
Como a vigorexia é um transtorno não catalogado nos manuais de classificação, ainda não há critérios específicos para seu diagnóstico. Assim, é necessária uma avaliação psiquiátrica para que fatores comportamentais sejam analisados e uma conduta seja definida. Esses fatores estão relacionados aos sintomas citados acima, uma vez que muitos deles são manifestados nos hábitos diários do sujeito em questão.
A conduta após o diagnóstico da vigorexia não passa apenas por um profissional, mas sim por toda um equipe envolvendo psiquiatra, psicólogo, nutricionista e preparador físico. De acordo com o Dr. Yuri Busin, em quadros mais acentuados o tratamento medicamentoso com psicoterápicos pode ser associado às sessões de terapia.
Além disso, a dieta do paciente deve ser reestruturada, os exercícios balanceados e distribuídos e, acima de tudo, o uso de anabolizantes e esteroides deve ser interrompido.
Após a recuperação, um acompanhamento profissional é necessário para evitar que o transtorno seja reincidente. É aconselhável sempre se manter atento aos sintomas da doença de modo que uma segunda intervenção seja feita precocemente e os prejuízos sejam minimizados.
Fontes:
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