Segundo o IBGE 2004, 32% da população brasileira encontra-se com sobre-peso, já um artigo publicado na revista VOCÊ S/A, 59% dos executivos encontram-se na mesma situação. Segundo dados (WHO, 1997), a obesidade, por si só, contribui com 2 a 7% dos gastos com a saúde pública em paises desenvolvidos.

Agora, realizando uma analogia com o mundo corporativo, qual será o impacto da obesidade na capacidade de produção de uma empresa? E o impacto nas negociações? Será que as empresas deixam de lucrar mais devido ao grande número de executivos com sobrepeso?

Por isso o treinador Fred Barbosa, especialista em Exercício Físico Aplicado à Reabilitação Cardíaca, vai nos mostrar pontos importantes a ser considerados em relação à obesidade, exercícios físicos e o mundo corporativo.

Para diagnóstico da obesidade (WHO, 1997), é calculado o Índice de Massa Corporal (IMC), obtido por intermédio do cálculo da relação entre peso corpóreo (kg) e estatura (m)² dos indivíduos. Porém, pesquisas atuais demonstram que a LOCALIZAÇÃO do depósito de gordura (barriga e glúteos) tem maior valor de risco a saúde que o cálculo recomendado anteriormente, por isso a medida da circunferência abdominal tornou-se critério de saúde segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2005). Portando, se você executivo, está aumentando o número do seu cinto esporadicamente ou já tem que usar um grande, está na hora de rever alguns conceitos.

Em suma os principais fatores que contribuíram para o aumento do sobrepeso nos brasileiros são: alimentação fora de casa, processos de trabalho com redução do esforço físico ocupacional, alterações nas atividades de lazer, que passam de atividades de gasto acentuado, como práticas esportivas, para longas horas diante da televisão ou do computador e do uso crescente de equipamentos domésticos com redução do gasto energético da atividade.

Não ache que deixar de subir de elevador e ir de escada não fará nenhuma diferença. Faça você uma conta rápida e simples de soma e subtração! Imagine 100 calorias a mais por dia durante todo um ano. Agora faça o contrário, 100 calorias a menos por dia. Só pra você ter uma idéia, 1 Kg de gordura tem aproximadamente 7.000 calorias. Fez as contas? Assustador não! Para animar você, uma simples caminhada de 15 minutos gasta aproximadamente 100 calorias, animador não?

A vida executiva

A dinâmica da vida de um executivo possui todos os pré-requisitos para se desenvolver a obesidade: pressão constante de acionistas, clientes, fornecedores e familiares, alto nível de sedentarismo, má alimentação e hábitos de vida desregrados.

Porém, devemos concordar que toda essa pressão na busca por resultados na vida de um executivo dificilmente irá mudar, então, porque não encarar esse mundo corporativo com mais disposição para resolver os problemas? Pensar melhor? Ter mais resistência nas reuniões? E ainda, acabar o dia menos cansado para curtir a família?

Exercício e obesidade

O primeiro passo é estar disposto a alterar alguns pontos na sua rotina, como alimentação ou preferir ir a pé a compromissos ao invés de carro.

O segundo passo é procurar um médico que entenda do assunto assim como de exercício, e um educador físico especialista em exercício e obesidade.

Desde 2000, uma entidade americana (ACSM) reconhece que qualquer exercício físico é favorável a saúde. Mas cada exercício traz consigo adaptações específicas, por isso a importância de saber qual exercício é ideal para cada indivíduo.

Uma coisa garanto a você, o impacto do exercício no processo de emagrecimento está diretamente relacionado à quantidade de energia que você gasta, ou seja, quanto mais você gasta maiores são as chances de você perder peso.

Portanto, não desanime se as cifras da balança não alterarem. Acredito que o principal papel de um educador físico no processo de emagrecimento, é utilizar-se de todas as ferramentas de trabalho que possui para deixar seu cliente mais apto a gastar energia, em qualquer situação de vida.

José Rubens D`Elia – Colaboração: Fred Barbosa, especialista em Exercício Físico Aplicado à Reabilitação Cardíaca, Condicionamento Físico Aplicado à Prevenção Cardiológica e bacharel em Ciência do Esporte.