Aulas de lutas caem no gosto das brasileiras

Atualizado em 20 de abril de 2016

Historicamente, a mulher não foi bem-vinda ao meio esportivo, sofrendo preconceito e até proibições. É claro que a situação era pior no caso de modalidades “masculinas”, como o futebol, levantamento de peso ou as lutas. No Brasil, por exemplo, durante o Estado Novo (1937 a 1945), uma lei que ficou em vigor entre 1941 e 1975 dizia que as mulheres eram proibidas de praticarem esportes incompatíveis com as condições de sua natureza. No entanto, apesar de hoje ainda existirem os que rotulam as mulheres que praticam esses esportes “masculinos”, o número das praticantes dessas modalidades está cada vez maior no Brasil.

Segundo a Confederação Brasileira de Karatê, mais de 1,5 milhões de pessoas praticam o esporte no país, das quais 450 mil são mulheres. Além disso, em um levantamento recente da Acad Brasil (Associação Brasileira de Academias), foi constatado que as mulheres já são maioria entre os praticantes de Crossfit por aqui, estimados em cerca de 30 mil.

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E a busca por atividades físicas diferentes das ditas “femininas” não para por aí. Saturno de Souza, diretor técnico da academia Bio Ritmo, afirma que 70% do público das aulas de ginástica são mulheres, mas o número das que procuram treinamento de corrida e de musculação tem aumentado constantemente. Além disso, as artes marciais também atraem cada vez mais adeptas, devido às aulas dinâmicas e de resultado rápido.

Praticante de Kung Fu há seis anos, a aluna Cecília Garcia acredita que a democratização do espaço esportivo não provém apenas da popularização das academias de luta e de Crossfit, mas também porque o mito de que esportes devem ser divididos por gênero caiu por terra. Segundo a lutadora, as mulheres perceberam seu incrível potencial físico, anulando o símbolo de “sexo frágil” e se desafiando cada vez mais em esportes pouco convencionais.

(Fonte: Artigo “Mulheres podem praticar lutas? Um estudo sobre as representações sociais de lutadoras universitárias”, de Marco Antônio de Carvalho Ferretti e Jorge Dorfman Knijnik)