Ganhe rendimento mesmo na menopausa

Atualizado em 29 de junho de 2017

Muitas mulheres pensam que existe uma idade certa para correr. Isso não passa de uma lenda, já que nada impede que a corredora continue a pleno vapor, até mesmo, quando a idade começa a bater na porta e os sintomas da menopausa aparecem.

A corrida proporciona diversos benefícios à saúde da mulher, a começar por levar uma vida mais ativa. Correr melhora a capacidade cardiorrespiratória, ajuda a pressão arterial a manter-se em níveis satisfatórios e aumenta as taxas do bom colesterol. Mais: ela ameniza os sintomas desagradáveis da menopausa, como variações hormonais, ciclo menstrual indefinido ou interrompido, ondas de calor, alterações de humor e insônias.

Como essa fase da vida feminina acontece quando existe a queda da produção dos hormônios produzidos pelos ovários (estrogênio, progesterona e testosterona), a disposição da mulher fica diferente. Isso porque esses hormônios são responsáveis por dar energia, ânimo e disposição, além de ajudar a regular o humor.

Com o cansaço físico, a corredora começa a apresentar dificuldade para realizar exercícios ou para manter a intensidade do que estava acostumada a fazer na corrida. Mas a verdade é que insistir com as passadas contribui na passagem por essa fase delicada, principalmente por ativar o metabolismo, reduzir a retenção de líquidos e melhorar o sono, que é atrapalhado pelas ondas de calor típicas desse período da vida feminina.

Mas como manter os treinos regulares e com intensidade se o corpo está bastante diferente? O mais importante é respeitar o seu ritmo, principalmente, se você for iniciante. Os treinos devem aumentar de forma gradual, sem muitas dificuldades, sem esquecer o período de descanso. Vale considerar, também, que à medida que o corpo envelhece sua recuperação fica mais lenta. Por isso, é importante a orientação profissional.

Outra boa estratégia é fazer reposição hormonal, que ajuda a readquirir a performance e a energia. Com ela você recebe estrogênio, progesterona e, muitas vezes, testosterona (em pequenas quantidades), para não sofrer tanto com os sintomas da menopausa. No entanto, se você tiver contraindicação para a reposição (o que acontece com quem, por exemplo, tem casos de câncer de mama na família), você pode investir em produtos derivados da soja, como a isoflavona, que também são boas aliadas da mulher nessa fase.

Mas fique ligada, pois a menopausa tem grande variação em cada pessoa. Algumas nem apresentam sintomas, mantendo a mesma disposição e performance de antes. Quem sofre mais, em geral, são as mais magras, uma vez que elas têm menos tecido gorduroso, formando menos estrogênio, responsável por equilibrar o organismo quando os ovários começam a falhar.

Como continuar evoluindo?
Se você já sente os sintomas e percebeu que seu rendimento caiu, fique atenta ao que coloca no prato. Alimentação adequada, rica em proteínas, variada e equilibrada em carboidratos e gorduras, fornece energia e nutrientes suficientes para a melhora da performance e da recuperação.

Evite alimentos gordurosos como hambúrguer, molhos cremosos e queijos gordurosos, além de se hidratar adequadamente com água ou chás frios, sem açúcar. Outra boa pedida é incluir gengibre na dieta, poderoso energético natural que não provoca taquicardia ou até mesmo arritmias, o que é comum em outros energéticos.

E, principalmente, continue treinando regularmente. A maioria dos benefícios é obtida com três horas semanais de corrida, distribuídas em 30 minutos diários.

(Fonte: Maria Fernanda Barca, endocrinologista e metabologista)