Muitas mulheres pensam que existe uma idade certa para correr. Isso não passa de uma lenda, já que nada impede que a corredora continue a pleno vapor, até mesmo, quando a idade começa a bater na porta e os sintomas da menopausa aparecem.
A corrida proporciona diversos benefícios à saúde da mulher, a começar por levar uma vida mais ativa. Correr melhora a capacidade cardiorrespiratória, ajuda a pressão arterial a manter-se em níveis satisfatórios e aumenta as taxas do bom colesterol. Mais: ela ameniza os sintomas desagradáveis da menopausa, como variações hormonais, ciclo menstrual indefinido ou interrompido, ondas de calor, alterações de humor e insônias.
Como essa fase da vida feminina acontece quando existe a queda da produção dos hormônios produzidos pelos ovários (estrogênio, progesterona e testosterona), a disposição da mulher fica diferente. Isso porque esses hormônios são responsáveis por dar energia, ânimo e disposição, além de ajudar a regular o humor.
Com o cansaço físico, a corredora começa a apresentar dificuldade para realizar exercícios ou para manter a intensidade do que estava acostumada a fazer na corrida. Mas a verdade é que insistir com as passadas contribui na passagem por essa fase delicada, principalmente por ativar o metabolismo, reduzir a retenção de líquidos e melhorar o sono, que é atrapalhado pelas ondas de calor típicas desse período da vida feminina.
Mas como manter os treinos regulares e com intensidade se o corpo está bastante diferente? O mais importante é respeitar o seu ritmo, principalmente, se você for iniciante. Os treinos devem aumentar de forma gradual, sem muitas dificuldades, sem esquecer o período de descanso. Vale considerar, também, que à medida que o corpo envelhece sua recuperação fica mais lenta. Por isso, é importante a orientação profissional.
Outra boa estratégia é fazer reposição hormonal, que ajuda a readquirir a performance e a energia. Com ela você recebe estrogênio, progesterona e, muitas vezes, testosterona (em pequenas quantidades), para não sofrer tanto com os sintomas da menopausa. No entanto, se você tiver contraindicação para a reposição (o que acontece com quem, por exemplo, tem casos de câncer de mama na família), você pode investir em produtos derivados da soja, como a isoflavona, que também são boas aliadas da mulher nessa fase.
Mas fique ligada, pois a menopausa tem grande variação em cada pessoa. Algumas nem apresentam sintomas, mantendo a mesma disposição e performance de antes. Quem sofre mais, em geral, são as mais magras, uma vez que elas têm menos tecido gorduroso, formando menos estrogênio, responsável por equilibrar o organismo quando os ovários começam a falhar.
Como continuar evoluindo?
Se você já sente os sintomas e percebeu que seu rendimento caiu, fique atenta ao que coloca no prato. Alimentação adequada, rica em proteínas, variada e equilibrada em carboidratos e gorduras, fornece energia e nutrientes suficientes para a melhora da performance e da recuperação.
Evite alimentos gordurosos como hambúrguer, molhos cremosos e queijos gordurosos, além de se hidratar adequadamente com água ou chás frios, sem açúcar. Outra boa pedida é incluir gengibre na dieta, poderoso energético natural que não provoca taquicardia ou até mesmo arritmias, o que é comum em outros energéticos.
E, principalmente, continue treinando regularmente. A maioria dos benefícios é obtida com três horas semanais de corrida, distribuídas em 30 minutos diários.
(Fonte: Maria Fernanda Barca, endocrinologista e metabologista)
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