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Equipamento: muito além do rosa

Não é de hoje que o mercado oferece opções de produtos femininos para ciclismo. Contudo, esse nicho tem ficado cada vez mais exigente, pois vem crescendo o número de mulheres que estão descobrindo o mundo da bike e, consequentemente, investindo mais em equipamentos específicos.

Os fabricantes deixaram de se ater apenas à questão estética como diferencial para cativá-las, e passaram a oferecer produtos mais adequados à anatomia feminina, pensando não só no conforto, mas também no desempenho delas.

Confira a seguir as principais diferenças entre equipamentos de ciclismo para homens e mulheres disponíveis atualmente no mercado.

QUADROS
No caso de bicicletas de estrada, triathlon e MTB, há inúmeros tamanhos de quadros disponíveis que podem contemplar a menor estatura feminina, de modo que poucos fabricantes costumam manter modelos específicos que oferecem uma geometria mais apropriada à anatomia feminina — com tubo superior mais curto, por exemplo. Já no segmento urbano, as diferenças são mais visíveis, começando pelo tubo superior bem rebaixado, que favorece não apenas as mulheres de menor estatura como também as que preferem pedalar de vestido ou saia.

VESTUÁRIO E SAPATILHAS
Em relação ao vestuário, existe uma grande diferença entre os cortes masculinos e femininos. Os femininos costumam ter forma acinturada, sendo as regiões do peito e do quadril mais largas e a cintura mais estreita. Vale lembrar que os modelos masculinos podem ser utilizados por mulheres que se sentem mais confortáveis nesse modelo menos “contornado”.

É muito importante conhecer a forma das roupas e, se possível, experimentá-las antes de comprar. Marcas brasileiras, americanas e alemãs costumam ter forma maior que as italianas, francesas ou espanholas, portanto pode haver diferença no caimento da peça.

 

 

No caso das bermudas, os modelos femininos possuem um forro mais curto e largo, mais apropriado à anatomia delas. Os bretelles também têm desenho diferenciado, com alças que desviam dos seios. Já as camisas possuem zíperes que normalmente não abrem totalmente até embaixo.

Mas esses são aspectos que devem ser analisados individualmente, pois existem diversas soluções para adequação da peça ao corpo das mulheres — e o que é bom para uma nem sempre é bom para outra. No caso das sapatilhas, as femininas são diferenciadas não apenas pelo tamanho, mas também pela morfologia, pois a planta do pé das mulheres costuma ser proporcionalmente mais estreita.

SELIM E MANETES
Em termos de componentes, os pontos mais focados são o selim e os manetes. No caso do primeiro, devido o tamanho do quadril feminino, o apoio dos ísquios é mais distanciado e necessita de um assento mais largo – um erro comum é confundir maciez com conforto. Não adianta o selim ser feito de espuma de alta densidade ou gel se o ponto de apoio não estiver correto.

No caso dos manetes, não existe nenhum modelo especificamente feminino no mercado. Este item, no entanto, geralmente permite a regulagem da distância das alavancas, proporcionando maior firmeza e segurança.

ITENS DE PROTEÇÃO
Em se tratando de itens de proteção, como capacete, óculos e luvas, as principais diferenças entre os modelos femininos e masculinos estão no visual e na morfologia (tamanho e forma). São acessórios que podem incomodar muito durante o pedal caso não estejam bem ajustados e confortáveis no corpo, por isso também é aconselhável experimentar antes de bater o martelo sobre o modelo escolhido.

No caso de capacetes, a maioria dos fabricantes fornece os diâmetros mínimo e máximo da circunferência interna. O ideal é medir a circunferência da cabeça 2 cm acima da altura das sobrancelhas, aproximadamente. Alguns modelos femininos também costumam ter desenho específico que permite às mulheres acomodar o cabelo (rabo de cavalo) na parte de trás. Já em relação aos óculos e às luvas, a diferença maior é mesmo estética e o ajuste, só experimentando mesmo.

É importante lembrar que não existe unanimidade ou máxima absoluta quando se trata de geometria, caimento ou forma. Por isso, vale a pena coletar informações com outras ciclistas, profissionais do ramo e até mesmo sites de fabricantes, mas sem esquecer que é fundamental conhecer e respeitar suas características físicas na hora de comprar o equipamento.


Por André Escudeiro

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